Artigo - Formação jurídica e direitos humanos

12/8/2014
Cleanto Farina Weidlich

"Concordo com o ilustrado doutor Antônio Pitombo, ousando ainda acrescentar, que das minhas experiências dos tempos de Academia, guardei a ausência de uma disciplina especializada, sobre Direito Probatório (Migalhas 3.427 - 11/8/14 - "Ensino dos sonhos" - clique aqui). Não dá para formar um solicitador jurídico, sem o mínimo preparo acerca da prova, sua importância, hierarquia, produção, validade jurídica. A grade programática está toda invertida, e não só nos cursos jurídicos. Lembro o exemplo de um saudoso amigo, médico, que criticava as aulas práticas de aprendizagem dos cursos de medicina, por utilizarem cadáveres. Dizia, está tudo errado, nossa formação deve buscar a resistência e preservação dos fenômenos que resistem a morte. E iniciamos o nossa aprendizado, pela porta dos fundos, ou melhor, da morgue. O curso deveria iniciar, com contato dos alunos nas maternidades, e não nos necrotérios. O assunto é altamente complexo e desafiador, mas que precisa urgente de uma nova roupa, uma reformulação, ou ainda, da criação das Faculdades de jurisprudência, para despertar no graduando o estímulo pela hermenêutica do Direito Aplicado, e por último, da construção da ponte entre a hermenêutica e a terapêutica, pois, não basta resolver o conflito ou o caso litigioso, tem que amortecer o choque, com o olhar voltado para o futuro, para costura do tecido social."

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