O dia em que a Terra parou

12/8/2014
Cleanto Farina Weidlich

"Que falta nos faz o 'Maluco Beleza', o nosso saudoso Raul Seixas, com suas letras iluminadas. Os fatos que envolvem os poderes da República, me fizeram lembrar uma canção do imortal Raul, 'O dia que a Terra parou'. Assim estou me sentindo paralisado, estupefato, me beliscando. Não, não é verdade! São sentimentos humanos incontroláveis, assim, como ouvi da mídia: 'tem um tal delegado Federal, que está aí em Brasília, que é um descontrolado'! Quer dizer que todos os outros são controláveis? Aí vem o ministro da Justiça, diz umas coisas, o presidente da República fala outras, o ministro do STF, despacha dois 'abra-te o corpo' em menos de 72 horas e acusa o juiz Federal que mandou 'fechar o corpo', de reincidente, etecetera  e tal. E tudo em razão de uma ordem de prisão, que por atingir pessoas que ocupam o topo da pirâmide, e ao que tudo indica são os nossos verdadeiros governantes, juízes, psicólogos, advogados, sociólogos, pedagogos e filósofos. Noutra passagem, antes que o registro se perca, ouvimos, também 'o problema está só no primeiro grau, pois, lá em Brasília eu resolvo', e não é que resolveu mesmo! Estamos diante de uma 'grande apresentação', do circo romano tupiniquim, que continua nos forçando, digo a nós o pobre povo brasileiro, a continuar usando o nariz de palhaço, enquanto que a classe dominante (os empresários de alto coturno), e a classe dominada (os políticos e como visto, os demais poderes da República, entre eles, pasmem, o Judiciário em seu mais alto escalão, o nosso Tribunal Constitucional, como diria o Kelsen que entendia tudo desses assuntos, Constituição, República, Democracia, Política, o nosso grande mestre da Teoria Pura do Direito. Por seus comportamentos e condutas ética no mínimo duvidosas, nos faz lembrar do 'Dia que a Terra parou', ou do sonho de um 'maluco beleza", e seu canto verdadeiro. Nosso consolo e esperança continuam arrimados em Galeano, vamos continuar caminhando, pois, são as utopias que fazem o homem caminhar, e quanto aos responsáveis por nos provocar essas angústias e sentimentos de nostalgia, ufa!, remédio para eles, pelo visto, compreendido e ouvido, só no dia em que a Terra parar."

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