Versos e prosas

5/11/2014
Cleanto Farina Weidlich

"Hoje acordei em meio a versos e prosas. Primeiro, lembrei da neta Fernanda que no verão passado voltando de um périplo Capão da Canoa à Imbé, ... acertou, ... vó! Pega uma caneta e escreve aí: 'o sol tá ficando amassadinho, ele foi dormi, e não pode vim nas arve, senão fura os passarinho', depois, ao fone de arreio, me anunciam a visita do Mano Meira, o nosso 'maior poeta do mundo', segundo alardeado pelo Aparício de nossa urbe, aí, veio a prosa, 'sabe, Cleanto, o grande Gabriel Garcia Marques, certa feita diligenciava em busca da compra de uma casa, pretendendo-a em lugar com vista marítima em uma ilha na Colômbia (será possível que tenha vista e ilha na Colômbia, vou ter que pesquisar, pois isso me foge às ideias e o conhecimento), e quando achava o imóvel certo, corria a notícia do nome do comprador e o preço subia. E nada do negócio se realizar, pois, na época ele só tinha um pouco de fama, mas quase nenhuma 'plata'. Queixando-se para um amigo advogado, se dispôs esse a ajudá-lo. Combinaram que o seu nome deveria permanecer incógnito, para não atrapalhar a transação, com o enfrentamento da supervalorização do imóvel pretendido. Logo o advogado amigo, encontrou um imóvel que servia ao grande escritor, e combinaram que o mesmo, poderia comparecer ao negócio, pois, o vendedor era pessoa não vidente, ou seja, era cego. E que durante as tratativas esse para não ser reconhecido, deveria simplesmente manifestar-se através de murmúrios, pois, o vendedor cego, poderia reconhecer a sua voz. Não deu outra, em meio as negociações, por descuido o Gabriel, deixou escapar uma expressão (que não se recorda), e o vendedor cego, exclamou, você que pretende comprar a minha casa, é o grande Gabriel Garcia Marques, então esse negócio não pode ser feito por esse valor tratado, vou ter que baixar o preço. Com essa atitude, conta-se que o escritor reservou um cômodo vitalício nessa casa, para o vendedor, e que só foi mexido após a sua morte. Cordiais saudações! Dos  versos e prosas dessa manhã do sol, aqui do garrão da pátria e imorredoura, República de São Pedro."

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