Gramatigalhas

8/3/2006
Tyndaro Meirelles – escritório Valverde & Meirelles Advogados

"Gramatigalhas ver e haver. Deveras útil a seção Gramatigalhas deste aprazível informativo, tanto pela clareza e simplicidade com que o Douto Professor José Maria da Costa aborda as questões que lhes são remetidas, quanto pelo imensurável serviço que presta aos que pretendem se fazer entender, lançando mão da 'última flor do Lácio'. Um conhecido professor de português me fez lembrar, dia desses, que era Mário de Andrade quem dizia que não se importava nem um pouco com a grafia das palavras, desde que todos as grafassem do mesmo jeito. Daí a questão que remeto a Gramatigalhas, e que há muito me inquieta: Por que se insiste em usar o verbo ver no lugar do verbo haver? Dois verbos com significados tão distintos, em que pese com sonoridades semelhantes e, no entanto, empregado um no lugar do outro, com tanta freqüência. Isso ocorre diariamente em jornais, revistas, petições, sentenças, acórdãos, panfletos e tudo mais... Exemplo: Deve-se escrever: Fulano não tem nada a haver com Beltrano. No entanto, na maioria das vezes, vê-se escrito: Fulano não tem nada a ver com Beltrano. Pergunto: o que há para ser visto por Fulano e Beltrano? Ou ainda: Você vai se haver comigo. E aí escrevem: você vai se ver comigo! A utilização do verbo haver não me parece tão complicada. Apuração de haveres, não demora muito, vai virar Apuração de veres! Volto ao grande escritor Mario de Andrade. Estou receoso de estar grafando diferentemente de todos e, logo, estar incorrendo em erro. Afinal, se todos devem grafar da mesma forma, qual a forma correta? Abraços,"

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