Porandubas políticas

5/8/2015
Alessandro Chiarottino

"Na Itália a operação foi um desastre completo, eliminando figuras importantíssimas da vida pública (como os ex-premiers Giulio Andreotti e Bettino Craxi), aniquilando a coalizão de partidos que reconstruíram o país após a II Guerra (principalmente Democracia Cristã, Partido Socialista e Partido Republicano), dando lugar a demagogos oportunistas sem qualquer base política (Porandubas políticas - 5/8/15 -  clique aqui). Além disso, favoreceu a politização da magistratura e o excessivo protagonismo dos juízes: não é à toa que o juiz mais importante da operação, Antonio Di Pietro, tornou-se um dos mais notórios - e demagógicos - políticos italianos, só recentemente 'aposentado'. O saldo final da operação foi mais de 20 anos de alternância entre o partido de Silvio Berlusconi e seus aliados de um lado, e os ex(?)-comunistas e a esquerda radical de outro, que resultou na paralisia administrativa e econômica do país, que já amarga mais de 20 anos de estagnação. Outra coisa: nenhum juiz 'pagou coma vida' pela operação. Os únicos juízes assassinados no período foram Giovanni Falconi e Paolo Borsellino, ambos pela Cosa Nostra siciliana. Por fim, note-se que não houve qualquer efeito duradouro sobre a corrupção, que continuou alta no país como demonstram os dados da transparência internacional."

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