CPIs

29/3/2006
José Nelson Borsari – OAB/SP 47.040

"Sr. Redator. Afinal, para que servem as CPIs? É a pergunta que não cala na boca do povo. Sem contar as mais antigas, já arquivadas, porém não destruídos os documentos, ninguém sabe, ninguém viu, repetindo o atual Presidente da República, aquele que se orgulha de não ter escolaridade, e deu no que estamos vendo. O que dói é que também nenhum membro do Ministério Publico, a começar de seus dirigentes, se dignou até hoje a instaurar inquéritos, que até são desnecessários, diante das apurações feitas pelas CPIs, para apurar os fatos já públicos e notórios (e devidamente documentados pelas CPIs), para fazer as denúncias, dando início aos devidos processos criminais. Os beneficiários do mensalão, das fraudes com concorrências públicas, dos desviadores de verbas de publicidade, de opressores de caseiros que não ocultam a verdade, aqueles poucos parlamentares que já foram cassados, aqueles outros poucos que renunciaram, certos da cassação, que afinal talvez acabasse não acontecendo, a exemplo dos que preferiram aguardar os fatos e estão sendo recompensados pelo voto calhorda (e secreto) de seus pares, nada acontecerá com estes delinqüentes? Esta é a pergunta que todos fazem, e da qual infelizmente todos já sabem a resposta, diante do triste passado ocorrido com fatos semelhantes. Sugerimos, até mesmo suplicamos, a este poderoso e altivo rotativo, que promova o debate entre seus cultos leitores, de esclarecer porque nada ainda aconteceu, no âmbito judicial, e porque, ou o que aguarda o Ministério Público para cumprir suas obrigações, dando seguimento ao que já foi apurado, e devidamente fazer as denúncias, para que a Lei Penal seja aplicada. Agradeço, e aguardo, a tomada de posição quanto a isto, tanto por parte de Migalhas quanto pelo demais órgãos de imprensa. Ou será que todos estão aguardando o fim da CPIs, e o arquivamento e sepultamento inglório dos fatos já apurados e documentos produzidos, dando razão ao malfadado Delúbio (aquele que fez o que fez e agora não aceita o mais recente sinônimo atribuído pelo povo ao verbos roubar, dissimular, enganar, trapacear, etc.), de que tudo não passará de piada, daqui a algum tempo, e todos rirão do que aconteceu."

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