Caso Palocci

30/3/2006
Pedro Luís de Campos Vergueiro - Procurador do Estado de São Paulo aposentado e advogado

"O Ministro da Justiça Thomaz Bastos, em face do que já veio a lume, disse que o ex-Ministro Antônio Palocci será regular e profundamente investigado (Migalhas 1.383 – 29/3/06 – "Negócio é negócio, amizade à parte"). Quanto a isso, porém, uma dúvida atroz assaltou-me. Considerado que ilustre petista, membro do Congresso Nacional, aventou a hipótese de que o mero, mas digno caseiro, poderia ter esquecido seu extrato bancário em algum lugar e que, então, alguém o encontrou e divulgou, considerado que, diferentemente dos quinze dias propalados como necessários, a apuração da autoria da violação dos dados bancários do mero, mas digno caseiro, não levaria mais do que alguns minutos, considerado que os sucessivos escândalos que vêm revelando o a que veio a governabilidade petista, fica difícil acreditar na seriedade da profissão de fé investigativa do Ministro da Justiça, o chefe da polícia afeta à apuração dos fatos. Pensar é pensar com liberdade total. Então, é bastante viável a linha de pensamento no sentido de que, tomando conhecimento dos fatos e circunstâncias, a investigação do envolvimento do ex-Ministro poderá não passar da condição de instrumento e meio e forma para serem apagados todos os vestígios, todos os rastros, os indícios, sinais e outras coisas do entulho que possa atentar contra a dignidade do ex-Ministro, visto que, embora dispensado, é mesmo assim um dileto amigo do Grande Chefe. É uma mera idéia, mas que pode ser representativa da realidade, isso pode sim."

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