Porandubas políticas

31/3/2006
Abílio Neto

"Prezado Sr. Tiago Bana Franco, admirado migalheiro: a minha pequena lógica de um ex-plantador de batatas no interior de Pernambuco me diz que: 1) a globalização tem ligação direta com a unificação de mercados em escala planetária. 2) que as indústrias transnacionais estabeleceram o tal mercado-mundo, tendo a burguesia (desculpe-me a expressão marxista), sido responsável pelo caráter cosmopolita da produção e do consumo em cada país. 3) que isso força a destruição das empresas nacionais e a sua substituição pelas empresas transnacionais, quer dizer, pretende-se a internacionalização do processo produtivo, refletindo a criação das necessidades induzidas pelos 'privilegiados'. Vejo os EUA fazendo parte deste processo. Sei que o senhor detesta, mas cito o velho Marx quando profetizou a globalização: 'A burguesia não pode existir sem constantemente revolucionar os instrumentos de produção e, portanto, as relações de produção e, com elas o total das relações da sociedade'. Quanto à renúncia fiscal no Brasil, durante o ano 2000, o então Secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, disse o seguinte: 'a renúncia fiscal no Brasil ultrapassa os limites da caridade cristã'. É evidente que as pessoas físicas assalariadas não podem senti-la. Há segmentos no meio empresarial que são destinatários de todos esses 'benefícios'. Como velho auditor-fiscal poderia identificá-los, mas deixa isso pra lá. Esperava que o governo do PT mudasse isso, mas pra minha decepção vejo Lula de braços dados com sonegadores. É um prazer trocar idéias com o Sr. Saudações,"

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