Lava Jato

19/1/2016
Francimar Torres Maia

"Sobre a carta aberta (Migalhas 3.780 - 15/1/16 - "Desabafo" - clique aqui) em repúdio ao regime de superação episódica de direitos e garantias verificado na operação Lava Jato, assinada e publicada por advogados, manifestando-se contra os métodos utilizados na dita Operação, gostaria que os eventuais leitores considerassem o seguinte:

1- 'Carta aberta
Advogados repudiam supressão de direitos e garantias na Lava Jato
Causídicos afirmam que a operação 'se transformou numa Justiça à parte'.

Foi o que se leu no Migalhas que circulou sexta-feira, 15 de janeiro de 2016. Já no texto da carta aberta, lê-se:

'...O que se tem visto nos últimos tempos é uma espécie de inquisição (ou neoinquisição) (sic), em que já se sabe, antes mesmo de começarem os processos, qual será o seu resultado, servindo as etapas processuais que se seguem entre a denúncia e a sentença apenas para cumprir 'indesejáveis formalidades.'

Bem, sabe-se que, para atuarem nas causas em que os constituintes estão envolvidos na operação Lava Jato, os ilustríssimos, célebres e celebrados advogados cobram honorários de valores de sete a oito dígitos. O seguinte excerto da carta aberta, ao declinar que 'já se sabe, antes mesmo de começarem os processos, qual será o seu resultado', deixa subentendido para qualquer entendedor, que o 'resultado será desfavorável aos seus clientes'. Se assim é, se os causídicos sabem que as causas já estão de antemão 'perdidas', não estariam dando margem a que se tenha como um estelionato a aceitação da causa, e enriquecimento ilícito a cobrança astronômica? Lê-se no Migalhas que circulou segunda-feira, 18 de janeiro de 2016:

2 - 'Negativa
O ministro aposentado do STJ Gilson Dipp afirmou ao jornal O Globo que não assinou a carta aberta, apesar de seu nome constar na lista de signatários: 'Não sei por que meu nome está aí. Não assinei nada disso.'

A ser verdadeira a notícia e, consequentemente, a afirmação do ex-ministro Dipp, o documento perde muito no quesito 'credibilidade', além de permitir que se especule se não há mais nomes na mesma situação. É o que pensa este advogado ainda militante; é o que sugere como reflexão para os doutos migalheiros."

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