Impeachment, cassação de mandato, renúncia, nomeação, manifestações...

"Com a devida vênia, ouso discordar da menção elogiosa ao 'orador de mão cheia' José Eduardo Cardoso, feita na edição do Migalhas (Migalhas 3.835 - 5/4/16 - "Eloquência na defesa" - clique aqui). É bem verdade que o conteúdo da sustentação oral do representante da AGU na Comissão do Impeachment 'cada um escuta como lhe aprouver', como bem salientou a própria nota do informativo. Mas, convenhamos, a 'concatenação impressionante', 'a clareza e didática memorável' detectados pela honorável redação migalheira denotam uma lamentável leitura míope e enviesada dos argumentos aduzidos em sede de defesa. Será possível enxergar concatenação, clareza e didática numa sustentação impregnada de tamanho cinismo, torpeza e desonestidade intelectual, recheada de interpretações estapafúrdias de texto de lei e de distorções grosseiras de institutos jurídicos? Creio que não. A menção elogiosa ao orador José Eduardo Cardoso até seria compreensível se veiculada num informativo de artes cênicas (acredito, honestamente, que a verve artística do ilustre representante da AGU o credencia tranquilamente a protagonizar um monólogo), mas jamais num informativo jurídico, ao qual deveria interessar estritamente a questão jurídica."