Bloqueio do WhatsApp

20/7/2016
Oscar Ivan Prux

"Realmente, o bloqueio atinge inocentes (assim, como pessoas acostumadas ou viciadas em ficar enviando mensagens, muitas vezes fúteis e/ou inúteis) (Migalhas 3.908 - 20/7/16 - "WhatsApp" -clique aqui). Entretanto, importante indagar: Acaso passou pela cabeça de todos esses que condenam o bloqueio, que os interesses negociais de um empresa estrangeira não podem ser instrumento de proteção de criminosos e prática da criminalidade, afetando todo um país. Existe alguma pessoa física ou jurídica que possa se eximir de colaborar para que crimes não aconteçam ou sejam investigados, ou esse tipo de eximente cínico (na verdade, colaboração com o ambiente eivado de criminalidade, quase tácita coautoria) do Facebook, se resume para este na questão pura e simples de seu interesse de ganhar mais (não é por amor a coletividade que a empresa criou o WhatsApp), mesmo que contribuindo para proteção a bandidos. Dá para acreditar que seja impossível para o Facebook encontrar fórmula de colaborar com as autoridades, o país e todas as vítimas dessa criminalidade? Ou vale mesmo aceitar-se que esta empresa tenha comportamento 'autista', e aproveitando-se da pouca racionalidade dos que pretendem seja 'opinião pública' jogue/conflite com as decisões judiciais e siga amealhando lucros (fomentados também por esse ambiente de proteção a criminosos e o Facebook sabe disso, sendo que pretende que assim seja para poder ganhar mais), tudo enquanto o Brasil perde imensamente com o problema da segurança (são gastos de recursos públicos e vidas que se perdem). Que período mais irracional vivemos, em que questões simples geram esse tipo de situação. Note-se que a Suíça se beneficiava de suas contas secretas e os bandidos adoravam (como agora adoram o WhatsApp),  mas compreendeu que os tempos são outros e assim não podia continuar. Se diante de ordem judicial, nem o sigilo bancário é inviolável, por qual motivo qualquer produto ou serviço do Facebook ou de qualquer outra pessoa física ou jurídica, o seria? Qual a razão para essa proteção para o Facebook se quem criou a criptografia sabe como descodificar? Há pessoas que necessitam do aplicativo e outras que são meros viciados em mandar mensagens, mas sobre todos pairam a ordem pública, incluindo o combate a criminalidade. Resumindo: antes do surgimento do WhatsApp a vida já existia em plenitude, de modo que, por racionalidade, ou o Facebook respeita a ordem jurídica do país e colabora com o combate da criminalidade (e omite-se de ficar a se aproveitar por a delinquência existir e os criminosos terem interesse no produto/serviço dele) ou o WhatsApp deve deixar de existir, abrindo caminho para o surgimento de outras tecnologias mais consentâneas com o interesse público e a proteção da coletividade. Se o WhatsApp sumir ninguém morrerá por isso. Se continuar com a fórmula atual, sendo instrumento em prol também da criminalidade, em prejuízos das vítimas dela, trata-se de algo que não vale a pena. Relembre-se que a morte apenas de uma pessoa que seja é trágico demais. Como dizia Ernest Hermingwai: 'a cada um que morre, morre um pouco de cada um de nós'."

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