Gramatigalhas

29/7/2016
Jasiel Oliveira dos Santos

"Trata-se de uma dúvida que tenho há muito tempo, desde o tempo do ginasial. Quando eu estudei a Primeira Fase do Movimento Romântico no Brasil, encontrei numa poesia de Gonçalves Dias com título de 'Se se morre de amor', então a minha dúvida é: será que seria preciso esses dois se se juntos? Não seria uma redundância? Essas eram as perguntas que eu me fazia. Aí, perguntei a minha professora e ela então me respondeu: SE se morre de amor! Não, não se morre... 'Função do primeiro SE na poesia: 1. Nesse emprego, o 'SE' pode ser substituído pela palavra 'caso'. Assim: 'Caso se morre de amor...' Nesse sentido, funciona como 'Conjunção subordinativa condicional' 2. Função do segundo SE na poesia: Nesse emprego, pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido. Veja: 'Se morre de amor! - Não, não morre...' Nesse caso, funciona como partícula expletiva ou de realce'. Satisfeito com a resposta da minha professora, ainda lhe mostrei um outro caso das duas partículas juntas. Lendo um livro de química encontrei um texto que mostrava os feitos de Galileu Galilei com sua luneta. Um fragmento do texto dizia assim: 'Numa carta que escreveu a seu cunhado em 1609, Galileu conta que, do alto do Campanário, 'os senhores venezianos puderam ver navios tão distantes que, se se aproximassem a toda velocidade do porto' então ela me explicou que o primeiro se era uma conjunção subordinativa condicional e que o segundo era um verbo pronominal (pronome pessoal do caso oblíquo)...'Encontrei depois outras histórias como no Protesto da Velha Senhora: 'Os moradores de uma pequena cidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, haviam-se reunido em comício a fim de deliberar sobre se se deviam conceder licenças para a abertura de tabernas aquele ano. Aí eu pergunto: Toda explicação da minha professora procede? Ou ela estava equivocada? Por favor me tire essa dúvida."

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