Artigo - Os limites da delação premiada

24/10/2016
Abílio Neto

"O que escreveu o ilustre articulista caiu como uma luva em apoio a Cesare Battisti (Migalhas 3.973 - 21/10/16 - "Limites da delação" - clique aqui). Vejamos: Battisti foi membro dos PAC (Proletários Armados para o Comunismo), um grupo ideologicamente pouco expressivo, mas muito violento. Em 1981, sem ser acusado de nenhum homicídio específico, ele foi condenado a 12 anos de prisão. Fugiu para o México e logo depois para a França. Quando a França mudou sua política de asilo aos terroristas foragidos, Battisti veio ao Brasil, com documentos falsos. Entretanto, Pietro Mutti, chefe dos PAC, foi preso na Itália e para evitar a prisão perpétua, escolheu a 'delação premiada'. Na 'delação premiada', aqueles que são acusados, para se salvar, denunciam outros culpados, e sabe-se que eles complicam logo os foragidos que estariam supostamente a salvo. Este é o caso de Battisti. De repente, o homem passou a ser acusado de quatro assassinatos cometidos por outros. Os delatores de Curitiba fazem diferente: oferecem meios ou pistas para que a PF e o MPF cheguem até as provas. É por isso que não vejo grandes estragos políticos na futura delação de Eduardo Cunha porque ele não trará novidade alguma. E antes terá que explicar onde se encontram os mais de 200 milhões de dólares que sumiram de suas contas."

Envie sua Migalha