Escritório itinerante

30/11/2016
Adriano Campos Alves

"O caso do escritório itinerante, julgado pelo TED, denominado 'Truck Office', me fez lembrar do filme 'The Lincoln Lawyer', que conta com Matthew Mcconaughey no papel de Mickey Haller, um advogado criminalista, dono de um Lincoln, onde atende clientes, colegas, bem como se prepara para o enfrentamento de negociações e audiências (Migalhas quentes - 28/11/16 - clique aqui). O roteiro dispensa o tradicional ambiente de 'gabinete' para se dedicar a aspectos que considero importantíssimos na profissão do advogado, entre os quais, o relacionamento, especialmente com os clientes, de forma a compreender os seus interesses e atende-los de maneira adequada. Entre nós, a Justiça itinerante é nada mais que isso. É ela que vai ao encontro dos jurisdicionados com seus 'trucks' com o objetivo de integrar os juízes às comunidades, aprofundando o relacionamento com a sociedade civil, compreendendo melhor os seus problemas e modernizando a prestação jurisdicional. Um programa inovador, prático e acessível principalmente para os cidadãos que possuem maior dificuldade de acesso aos serviços públicos, muitas vezes por acreditarem que juízes, promotores e especialmente advogados são profissionais inacessíveis, caros e burocráticos. Um tuite do economista Ricardo Amorim afirma que 'não ganhamos para trabalhar, ganhamos para resolver problemas, criar soluções e encantar clientes'. A Justiça itinerante é uma dessas soluções que cativam justamente por mostrar um Judiciário acessível. A advocacia contemporânea, em sintonia com essa realidade e empreendedora por natureza, deve poder fazer o mesmo, se colocando à disposição do jurisdicionado não somente como alguém indispensável à administração da Justiça mas especialmente inclinado a servir-lhe da melhor maneira possível, como um prestador de serviços qualquer, nem melhor, nem pior, ético como todos devem ser."

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