Lava Jato

13/12/2016
Milton Córdova Júnior

"Me parece que há equívocos em demasia nos temas relacionados à Lava Jato. Cito apenas alguns deles (Migalhas 4.007 - 13/12/16 - "Negativo" -  compartilhe). 1) o simples fato de 'pedir dinheiro' (doação) para uma campanha eleitoral tem sido tratado de forma parcial e falaciosa, de forma a induzir os leitores a parecer que seja um crime; é importante separar bem o que é extorsão ou pressão (se valendo de meios escusos) do simples ato de 'pedir dinheiro'. 2) o fato de nomes (mais de 400?) constarem em listas de empresas com informações acerca de supostos recebimento de dinheiro (doações) não significa, em absoluto, qualquer ilegalidade ou ato de corrupção. É por demais evidente que empresas que doaram recursos (ainda que oriundos de atos ilícitos) mantém controle sobre a destinação dos mesmos. Entretanto, não significa dizer que os políticos que estão relacionados em listas (e que em tese receberam recursos) teriam pressionado, achacado ou participado de quaisquer atos ilícitos para receberem esses recursos. Ou ainda, não significa que tinham conhecimento de que esses recursos poderiam ser oriundos de 'caixa 2' (o que enseja outra discussão). Ora, 'prima facie', da análise dos valores divulgados e supostamente recebidos pelos políticos, percebe-se que a maioria deles está até abaixo do que seria uma média razoável de doação, em função do porte da empresa doadora e da candidatura à determinado mandato. Outro grupo de supostos beneficiários insere-se numa média razoável de valores de doação. Apenas um reduzidíssimo grupos de supostos beneficiados pode ser considerado como um 'ponto fora da curva' (por receberem valores em tese muito elevados), podendo ensejar, nesses casos, uma analise mais ponderada. E mesmo assim, nada significa dizer que são recursos de origem ilícitas ou provenientes de achaques - como parece ser o caso do deputado Eduardo Cunha. Por essa razão, há que se conter o clima histérico semelhante ao trágico episódio histórico que ficou conhecido como 'as Feiticeiras de Salém'. Não podemos retroceder ao ponto de chegarmos a uma Santa Inquisição."

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