Crise penitenciária

19/1/2017
José Renato M. de Almeida

A presidente Cármen Lúcia já alertou que os bloqueadores de celulares são consequências. A questão principal é que celulares, armas, drogas, etc. estão entrando nos presídios e utilizados à vista de quem quiser ver. A ministra está corretíssima, de acordo com as teorias da lógica cartesiana. Na prática, as organizações criminosas se apoderaram dos presídios porque têm como ameaçar a todos os agentes penitenciário, servidores, administradores, diretores, secretários de segurança, juízes... Têm nomes, endereços e fotos de todos eles e de seus familiares, muitas vezes obtidos nas secretarias dos próprios presídios. Quem de sã consciência, correria o risco de barrar a entrada de itens proibidos durante as revistas que ocorrem na entrada de visitas, familiares, defensores, etc.? Quem? Informações do sistema prisional japonês se contrapõem a tudo isso. Os presos seguem objetivos e regras disciplinares que mostram o quanto erramos. Exemplos: prisão é castigo, tempo de repensar e se arrepender; o preso não pode olhar nos olhos dos agentes e servidores; tomam banho uma vez por semana, diariamente recebem apenas uma toalha molhada para a higiene; não podem falar entre si nas filas, nas refeições e nem com os agentes; visitas só com autorização especial... Enquanto os agentes penitenciários e demais servidores do sistema prisional brasileiro estiverem desprotegidos, facilmente identificáveis e localizáveis, continuaremos a ver celulares, armas e drogas dentro dos presídios e cada vez mais barbáries como as ocorridas nas últimas semanas.

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