Gramatigalhas

24/1/2017
Jairo Fialho da Silva

Em que pese a chancela de renomados conhecedores da língua, sinalizando no sentido do acerto quando do emprego indistinto, ouso dar o meu pitaco - e para o qual peço vênia -, afinal de contas, nem eles mesmos se entendem acerca da questão (Gramatigalhas - 29/6/16 - clique aqui). Dois são os exemplos, a meu entender, que assessoram o entendimento pela prevalência da opção no singular. Quando dizemos que " 'fulano', no violão, tira música de ouvido", priorizamos o singular, a despeito de "fulano" ser dotado de par deles. Quando, doutra forma, referimos que " 'beltrano' veio a pé", igualmente desprezamos o plural, nada obstante "beltrano" possuir duas pernas. Nessa esteira, não soa forçação de barra a analogia quando se trata de recebimento de algo ou alguma coisa pessoalmente. No fim de contas, não necessariamente, ao receber encomenda, nela tocaremos com as duas mãos. Sequer com uma. (Cenário possível é, por exemplo, atender um emissário que me traz uma correspondência e eu, por estar com as mão ocupadas ou sujas, solicitar que o dito a coloque sobre a mesa. Nesse caso, não terá sido a correspondência entregue em mão?) Como bem ministrado no item dois, da aula do mestre José Maria, "em mão" trata-se apenas do caráter particular em que se deu o processo.

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