STF - Monteiro Lobato

16/2/2017
Denise Maria Perissini da Silva

"Desculpem, mas em que pese a gravidade das frases contidas na obra - e diga-se, em muitas outras obras desse autor, como 'A negrinha' e 'O Presidente Negro (ou o choque de raças)', temos que considerar o contexto histórico em que essas obras foram escritas, fazia 45 anos da Abolição que, como sabemos, só 'libertou' os escravos nominalmente, porque ainda persistiu (e ainda persiste) a mentalidade de hierarquização racial com os brancos (europeus) no topo (Migalhas 4.054 - 16/2/17 - "Caçadas de Pedrinho" - clique aqui). Quem for utilizar essas obras para alguma finalidade, não pode descontextualizá-la. Ocorre o mesmo com as obras de Freud. Ele afirmava que a homossexualidade era uma patologia (doença), mas isso durante o contexto da era vitoriana em que ele foi criado (e olhem que ele inovou e rompeu muitos paradigmas daquela época, mas em outros aspectos como neste caso ele se manteve conservador). Então deveríamos queimar as obras dele? Não existe um único curso de Psicologia, Psiquiatria, Medicina ou áreas afins que possa desqualificar a obra de Freud, concordando-se integralmente com ele ou não. A palavra-chave aí é 'contexto'."

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