Jeitinho brasileiro

10/4/2017
Adriano Cordon de Menezes

"'Para darmos o salto civilizatório de que precisamos, é preciso que cada um comece a mudança por si próprio. A ética pública, de que tanto nos queixamos, é em grande medida espelho da ética privada', ministro Luís Roberto Barroso (Migalhas 4.089 - 10/4/17 - "Jeitinho brasileiro" - clique aqui). Sou apenas um rapaz, com curso superior de Direito incompleto, aqui do interior, sem um décimo do tal gabarito deste Excelentíssimo ministro, porém, possuidor de percepção suficiente para identificar os dois lados, e o lado de quem cunhou essa frase representa nada mais nada menos o quanto somos mal representados nos três Poderes, até pouco tempo atrás fui defensor ferrenho do Judiciário, mas ouvir uma frase como essa gera náusea, pois, o jeitinho brasileiro não se aprende nas escolas, este é fruto da falta de ética pública, pois, somos representados desde sempre por pessoas que não nos representam. Na faculdade da vida aprendemos que o exemplo não é a melhor maneira de ensinar e sim o único, a falta de ética pública estimula, encoraja que os demais pratiquem ao que também pode ser chamado de malandragem. Para tentar simbolizar a frase do ilustre ministro é como se a diretora da escola penalizasse um aluno devido o mesmo ter pegado sem autorização uma fruta da bolsa do colega de classe para se alimentar. Naquela escola pública não serve merenda, pois, a verba para tal fim é desviada para interesses próprios da diretora e demais membros da secretaria. Há uma gigante linha não imaginária, real, concreta para poder afirmar que a falta de ética privada de que tanto nos queixamos, é em grande medida espelho da ética pública. Ninguém nasce na vida pública, porém, não deixaria de ser razoável afirmar que tantos e tantos jeitinhos brasileiros são concebidos à partir da vida pública."

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