Desculpas

6/10/2017
Milton Córdova Júnior

"Segundo os fatos, o 'estudante' retirou – sem qualquer autorização para tal - uma das grades que separava a área gramada da área de circulação de pedestres e sentou-se na grama no dia do evento musical (Migalhas 4.210 - 5/10/17 - "Raridade" - clique aqui). As grades haviam sido instaladas justamente para proteger o jardim da praça da previsível multidão – ou seja, para ninguém ali adentrar. Em outras palavras, o 'estudante' invadiu o espaço, que estava fechado a todos, demonstrando sua incapacidade e dificuldade em zelar e cumprir regras de observância de todos, sem qualquer distinção. Dois fiscais da prefeitura teriam determinado que o estudante se retirasse do local reservado, mas ele afirmou que não iria sair (até esse ponto, também acredito que os fatos são verídicos, pois é exatamente essa a postura arrogante adotada por infratores que debocham das normas e regras de conduta). A guarda municipal foi então acionada, mas o estudante ficou exaltado, ofendeu e desacatou os agentes públicos. Também acredito que os fatos se deram tais como narrados na denúncia, podendo variar apenas na intensidade das ofensas e formas de desacato praticadas pelo 'estudante'. O fato é que ele recebeu voz de prisão e foi algemado até a chegada de policiais militares. Vamos admitir, apenas para o debate, que o estudante (certamente uma vestal, exemplo de santidade, conforme acredita o juiz) não ofendeu nem desacatou os agentes públicos, em razão desses terem exigido apenas o óbvio: que ele se retirasse do local (sabemos o que aconteceria com esse mesmo estudante se ele tivesse esse comportamento nos EUA, Reino Unido, França ou Alemanha). Pois bem, ainda assim ele teria invadido o espaço fechado e se recusado a sair. Como recompensa por sua conduta incivilizada, o juiz o absolveu e ainda pediu desculpas. Entenderam a razão pela qual Brasil está se dirigindo ao abismo, com criminalidade em alta e efetivo descumprimento e violação das leis? Em tempo: se os agentes públicos cometeram algum excesso, este deveria ser apurado e aplicadas as devidas sanções - mas jamais servir para absolvição do 'monge franciscano'. Espero que o Ministério Publico recorra."

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