Exame da Ordem

11/7/2006
Virgilio Ines Pereira

"Tenho ouvido os seguintes comentários sobre o Exame de Ordem: o sonho de muitos advogados recém-formados é ver publicada, num jornal ou periódico jurídico, alguma dessas confissões feitas por examinadores da OAB, nos corredores de Fóruns da vida, em que eles atestam que, se fossem submetidos hoje a esse Exame de vetusto formato, não conseguiriam passar, porque dizem que ‘há muitos detalhes que nunca vimos na vida’. O examinador da OAB funciona assim: ele tem as respostas certas num gabarito orientador, e de vez em quando tem paciência para analisar o esforço do candidato. No mais, a imagem que a OAB passa, de seus examinadores, é de pura preguiça e desconhecimento jurídico mesmo. A humilhação a que são submetidos os examinados pode, em alguns casos, deixar marcas por muitos anos, humilhação que começa no descaso com a redação da peça prático-profissional, e vai até a problemática da ausência de critérios padronizados de correção. Não são razões de ordem técnica, ou de impedimento da proliferação de faculdades de baixo nível, que mantém o Exame da OAB dificílimo. É simplesmente a união de um tipo de orgulho institucional com a falta de vontade política interna, aliados ainda à falta de reuniões concretas para análise aprofundada a respeito dos sistemas jurídicos de avaliação. Em outras palavras, puro comodismo humilhante e conservador. Só isso. Esse é o tipo de revolta, inclusive de pessoas que passaram no Exame da OAB, que muitas vezes ouvimos nos Fóruns, Cartórios e Faculdades de SP, ao longo da carreira."

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