Prisão de Maluf

11/1/2018
Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay

Um promotor de São Paulo, na sua ânsia persecutória e punitiva, critica a defesa do Dr. Paulo Maluf e acusa, irresponsavelmente, a defesa e o deputado de estar fazendo um "teatro" com a questão da saúde (Migalhas 4.271 - 9/1/17 - "Maluf, ainda" - Clique aqui). Não sei se o tal promotor é médico. Eu não sou. E nada entendo de medicina. Todas as minhas petições são com base em laudos médicos e opiniões de profissionais da saúde. Mas julgo ter uma formação humanista que me permite desprezar a opinião deste promotor, que não honra a promotoria, instituição a quem eu presto as minhas homenagens. A defesa faz o mínimo, apresenta laudos e questiona os órgãos competentes sobre a viabilidade de manter ou não um senhor de 86 anos, com 3 doenças graves, reconhecido até pelo IML, em um sistema penitenciário falido e sem estrutura. A defesa não se dá o direito de brincar com a vida. E não se permite abrir discussão com um promotor que, pelo que parece, tem mais interesse em "ganhar uma causa" ou "exibir um troféu", fazendo da prisão uma medalha olímpica. Repito, não sou médico. Mas sei ouvir e tenho a humildade de apresentar ao Judiciário o trabalho técnico dos profissionais de medicina. A visibilidade do Dr. Paulo Maluf serve, neste caso, para fomentar uma discussão sobre a falência do sistema penitenciário. Se não fosse esta discussão certamente os 2 jovens que morreram de ataque cardíaco na Papuda sequer teriam as mortes anunciadas. O Ministério Público deveria se preocupar em dar dignidade ao cruel e desumano estado dos presídios brasileiros. Mas pelo visto, felizmente, somente para alguns membros do MP, o importante é ter uma prisão como troféu. A discussão que a defesa levantou serve para auxiliar a decisão técnica do Juiz da Vara de Execução. Tanto é séria a discussão que o Dr. Juiz determinou uma série de esclarecimento antes de decidir. Repito, não sou médico. Mas lembro a máxima que aprendi na UnB: quem só sabe direito nem direito sabe. Ter uma preocupação humanista faz do operador do Direito uma pessoa mais digna e que melhor serve à sociedade.

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