Gleisi Hoffmann

19/4/2018
José Machado

"Quantas pessoas de bem estão embrigadas e cantando libelos carnicentos no meio dessa roda maldita de escarnecedores e demagogos. (Migalhas 4.340 - 19/4/18 - "Do harém" - clique aqui) São tempos bicudos. Não posso chamar de demagogos e hipócritas todos os que se valem da demagogia e da hipocrisia em sua lida política diária, pois alguns, por paradoxal que possa parecer, são pessoas de bem, embora enebriados, tomados de roldão pelas ondas da malignidade que fazem parecer que vivenciamos o vale-tudo final, o MMA generalizado em nossa sociedade. Numa analogia, são como pais de família trabalhadores que, indo ao estádio de futebol, acabam se transformando em monstrinhos no meio das ondas de ódio que eletrizam as massas voluptuosas por dar vazão a suas frustrações. Todos, minimamente informados, sabem que hoje, mais do que nunca, vivemos em tempos em que a globalização descambou para uma tremenda guerra surda na geo-política, com movimentos brutais dos EUA na defesa de sua hegemonia no ocidente e, se possível, de massacrar o oriente. Quando se pede ajuda ao 'mundo árabe', certamente se está buscando que esses atores do cenário político global, com assentos e voz nos foros internacionais onde se travam batalhas pelo reconhecimento da situação de exceção vivenciada nos trópicos, atuem e se posicionem politicamente. O jogo de palavras da mui nobre senadora do nem tão nobre assim Partido Progressista, afirmando que espera que não tenha sido afirmado, não é mais demagógico do que a média da profícua produção do nosso respeitável Congresso Nacional. Ela não destoa da média, e nem por isso, ou pelo resto de sua obra e de seu magnífico partido, e nem mesmo que ela cometesse o pior dos crimes, eu a poderia rotular de demagoga, afinal, ela não é diferente da quase totalidade de nós, brasileiros, que andamos preocupados em ganhar, em 'agredir o adversário' (com licença para a indelicadeza da remissão ao novo linguajar do futebol televisivo), pouco importando a verdade. Mas ainda há um Deus, cujo nome é Eu Sou!"

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