Artigo - Reflexões sobre uma abolição inacabada

17/5/2018
Abílio Neto

"Amado diretor, ouso dizer que gostei do artigo em debate (Migalhas 4.355 - 14/5/18 - "Abolição inacabada" - clique aqui). Para mim não basta o esforço individual para se dar bem na vida e ser dono do seu destino. Num país tão desigual como o nosso, não somente o negro precisa de um empurrãozinho. Os pobres (aí incluídos os brancos) também! Vejamos o problema da educação: pais abastados colocam seus filhos nos melhores colégios particulares porque não querem pagar o ensino superior deles. As vagas nas universidades públicas são desses filhinhos de papai que desfilam nos seus campus com carrões de último modelo. É justo isso? Pobres, negros, mestiços, etc. têm que recorrer ao FIES. Qual é o resultado disso tudo depois de vários anos? As universidades públicas tornaram-se fábricas de esquerdistas com seu corpo docente engajado. Até os negros que venceram na vida, que tem um grande exemplo no dr. Joaquim Barbosa, são mal vistos. Ele é tido como arrogante e preguiçoso. Um negro em cargo de chefia de alto nível é coisa rara na Receita Federal, MPF, Banco Central, PF e TCU, aliás é muito difícil um negro conquistar, por concurso, uma vaga nos quadros das carreiras mais bem remuneradas do Estado e que exigem grandes conhecimentos específicos, isso pelas mesmas razões que não ingressam numa universidade Federal. Ora, partindo-se dessa desigualdade social entre os concorrentes a cargos públicos, a meritocracia no Brasil é uma piada de profundo mau gosto."

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