Caso Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé 31/7/2006 Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL "Algo está errado, muito errado. Vivemos em um país em que a impunidade é a regra, criminosos não são punidos e condenados não cumprem as suas penas. Estou me referindo a um dos mais escabrosos e frios crimes de que se teve notícia recentemente. Recentemente é modo de dizer. Recentemente, em termos da nossa Justiça, é claro. Dois estudantes, Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé, de 16 e 19 anos respectivamente, decidiram enganar os pais e acampar na região de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Foram flagrados por um adolescente e seu amigo, Paulo Cesar da Silva Marques, o Pernambuco. Pelos dois o casal de estudantes foi preso e levado à casa de um amigo na mesma região. Nessa noite, Pernambuco e o adolescente violentaram a jovem Liana e o adolescente matou seu companheiro Felipe. Pernambuco fugiu e o adolescente obrigou a jovem a ficar em sua companhia, violentando-a repetidamente. Na casa onde se escondiam, de Antonio Caetano Silva, a jovem foi oferecida a Agnaldo Pires, que também a violentou. Silva, Pires, o adolescente e Liana seguiram, então, para a casa de um outro personagem, Antonio Matias de Barros, que os acolheu e serviu-se, também, da jovem. Com a notícia da aproximação da polícia, o adolescente levou Liana para uma mata fechada, onde a matou a facadas. Ou seja, dois assassinatos e uma jovem mantida presa por 5 dias, sendo oferecida pelo adolescente a outros homens, sendo repetidamente violentada durante esse período. Três pessoas já foram julgadas e condenadas. Mas, e o adolescente, esse cujo nome não é mencionado para protegê-lo, e que promoveu os estupros e friamente assassinou o casal de jovens? Ele, por ocasião do crime era, por assim dizer, ‘de menor’ e, por isso, poderá sair da Febem no começo do próximo ano, em 2007, porque terá expirado o prazo máximo de internação previsto pelo ECA, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Laudos psiquiátricos foram solicitados e neles se lê que o adolescente tem uma deficiência mental de grau leve, o que apenas prejudica o seu aprendizado. O psiquiatra forense Breno Ramos, um dos responsáveis pela avaliação do adolescente afirma ser ‘claro que ele sabia que estava cometendo crimes’. Enquanto se discute essa questão, o adolescente vive na Febem, isolado, tem acesso à televisão e pratica atividades pedagógicas. E daqui a seis meses, estará na rua, agora ‘de maior’, pronto para novos assassinatos e estupros. Será que isso está correto? Ou melhor, será que isso é correto? Ou será que o Estatuto da Criança e do Adolescente é, na verdade, fator de impunidade? A propósito, o nome do adolescente estuprador e assassino não é divulgado, nem agora quando ele já é maior, para sua proteção, é claro. E a sociedade, quem protege? Devemos estar prevenidos. Poderá bater em nossa porta, amanhã, o tal 'adolescente'. Não o reconheceremos, pois sua foto jamais foi publicada. Nem seu nome fará com que nos preocupemos, já que o nome do assassino e estuprador foi cuidadosamente preservado..." Envie sua Migalha