Colégio Permanente de Presidentes dos TJs divulga nota em protesto contra prisões em RO

23/8/2006
Adilson Dallari - Professor Titular de Direito Administrativo da PUC/SP

"O Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado (Migalhas  1.482 - TJs). Ao dizer que a prisão de um de seus membros 'atingiu clima surrealista com a exposição dos algemados aos meio de comunicação...' deu respaldo jurisprudencial ao velho ditado no sentido de que pimenta no olho dos outros é refresco. Melhor dizendo, atestou, publicamente, o arraigado corporativismo que assola o Poder Judiciário e impede a concretização do direito elementar à efetiva e rápida prestação jurisdicional. Esse abuso vem sendo praticado com preocupante freqüência, especialmente pela Polícia Federal, em espetaculosas operações midiáticas, com a complacência do Judiciário e do Ministério Público. Tenho dito e repetido, em vão, que qualquer restrição de direito, qualquer constrangimento, qualquer uso da força acima do estritamente necessário para a salvaguarda do interesse público, desborda dos limites da proporcionalidade e da razoabilidade, configurando patente abuso de poder. Algemar alguém que não oferece, nem pode oferecer, qualquer resistência é até covardia, mas isso nunca foi notado anteriormente pelos ilustres magistrados. Antes tarde do que nunca."

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