Confusão em voo - Lewandowski x advogado

5/12/2018
Eduardo W. de V. Barros

"Parece mais um exemplo das razões pelas quais tenho dúvidas se posso me ufanar, ou não, do meu país (Migalhas 4.495 – 5/12/18 – "Triste episódio - I" – clique aqui). Outras autoridades, inclusive colegas de s.exa., chegaram a ser agredidas em aviões e suportaram resignados o ônus do poder, quem não tem o dever de suportar os humores das autoridades é o cidadão. Nota zero para o ministro, com a agravante de que s.exa., com tanto trabalho no STF, deveria estar licenciado do magistério e explicando quem pagou as suas passagens para ir dar as suas aulas. A Polícia Federal fez o papel de sempre, agiu como leão de chácara, detendo o cidadão para 'esclarecimentos' ou seja, a polícia quer saber porque o cidadão acha que o STF de hoje envergonha o cidadão, o qual, certamente, vai desenhar para as autoridades as razões pelas quais sente vergonha do STF as quais, certamente, serão examinadas pela autoridade policial para quê? para dizer se a autoridade concorda em que o STF envergonha a cidadania, ou não? O delegado vai examinar se o sentimento do cidadão procede ou não, para, certamente, prendê-lo pela manifestação da opinião ou, caso reconheça que o cidadão tem razão vai prender o ministro ou fechar o STF, é isto? Convenhamos é ridículo, para dizer o mínimo, espero que o MPF assuma a defesa da cidadania e do Estado Democrático de Direito e da liberdade de expressão, garantias que só fazem sentido em uma situação como esta etc. E quanto a Migalhas? O que dizer: primeiro que Migalhas deve esclarecer se suas notas são fruto do trabalho de seus redatores ou se incluem notas escritas na defesa de interesses de seus amigos e, até que ponto essas migalhas interferem no conteúdo do jornal."

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