Ortotanásia - Conselho Federal de Medicina aprova resolução

22/11/2006
Roberto Sillas Marcari

"Estou acompanhando o debate sobre a eutanásia e a ortotanásia, e reparei numa frase que o médico migalheiro, dr. Jairo Szrajer, utilizou em sua missiva: 'Prolongar o sofrimento dos nossos entes queridos não lhes trará qualquer benefício ou conforto, trará, isto sim, mais sofrimento e dor' (sic). Mas, e quando esse prolongamento gera os chamados milagres? E os inúmeros casos, conforme citado acima, de pacientes que voltam de coma ou estados vegetativos? Eles tiveram um período de dor, mas depois foram curados. E hoje estão bem. É por isso que esse debate traz algo de muito perigoso: a sutil desvalorização da vida através de um raciocínio que não tem nada de técnico, mas sim, um 'quê' de finanças. Mais cedo todos nós morremos, mas somente cabe a Deus dizer quando esse dia chega. Quando não é Deus quem determina isso, o Código Penal chama esse comportamento de homicídio, seja ele culposo ou doloso, por ação ou omissão. Esse é um alerta: a ortotanásia institucionalizada é o primeiro passo para a classificação posterior dos chamados 'pacientes obrigatoriamente sem jeito'. Por exemplo, alguém contrai câncer e é idoso. Esse alguém seria remetido diretamente para a lista 'negra', ou seja, 'vamos ajudar só um pouco, e depois larga ele'. Só de pensarmos nisso já sentimos náuseas. O mundo não pode ter ficado tão frio com as pessoas, tão sem amor. Gostaria de ouvir a opinião de outro médico, contrário à eutanásia. Será que há algum dentre os migalheiros (apesar deste site ser eminentemente jurídico)? Ou nós combatemos todas as idéias que 'delicadamente permitem a morte' agora, ou será tarde demais."

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