Governo Lula

30/11/2006
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor. Em Migalhas: Pizza (1.546 – 29/11/06). 'Data venia' Para mim não terminou em pizza. O Senador Ney Suassuna  foi punido com advertência, logo isso não é pizza. Foi punido! Deveria ser mais? A prova dos autos inocentou-o segundo soube, logo ele não deveria ter sido punido e a pior punição dele foi, pela repercussão, não ter sido reeleito. Foi vetado pelos eleitores. Ademais, não aceito essa gozação atribuída a Lula de alegar que não sabia nada. É preciso conviver com certos casos, para aceitar essa afirmativa: eu aceito-a, vivendo como vivi em Casa de Leis e advogando e sendo executivo. Freqüentemente inúmeros atos são feitos por funcionários em nome dos chefes, sem que eles saibam. Na delegacias de polícia encontrei isso por duas vezes: uma comprovadamente pois o Delegado, de luto, não comparecia há dias, e foi-me pedido em nome dele R$ 70,00 para não colar mais delitos ao meu cliente, que não aceitei; em outra, meu cliente estava preso, sem o Delegado titular do local saber de nada, de ter sido imputado a ele um delito, a pedido de outro Delegado, porque meu cliente havia tomado dólares de uma namorada, que era sobrinha de outro Delegado, segundo versão que me deram e deram ao Delegado, na minha frente, quando fui indagar o porquê, que ficou estupefato, mandando soltá-lo e dando um puxão de orelhas nos dois investigadores. Certa vez, quando Diretor de Escola, um marido da caseira, ao cair uma bola no pátio do Colégio, rasgou-a devolvendo rasgada e dizendo que eu mandara rasgar para não mais jogarem na rua, à frente do Colégio. Os da rua, então, pediram para falar comigo e eu recebi-os e disseram-me do evento, como havia sucedido, totalmente alheio a mim. Eu chamei o indivíduo, na frente deles, e pedi para que repetisse o que dissera, para inutilizar a bola, obviamente, engasgou e não falou nada, pois era mentira. Adverti-o, na frente dos visitantes de que se repetisse uma cena daquela, seria posto para fora do Colégio, eis que morava lá, porque era marido da funcionária. Mandei–o pegar uma das bolas do Colégio e dei-a para os visitantes, determinando ao autor que repusesse uma bola nova às suas custas, o que fez no dia seguinte. Ouço freqüentemente essa gozação de que não sabia de nada, como se fosse impossível; pois eu acredito na inocência, até que seja provado o contrário e, pelo jeito, não foi provado que o Senador soubesse das falcatruas cometidas por seus funcionários, eis que demitiu-os quando soube. Não havia, pois, o porquê de ser acoimado com uma advertência, na minha opinião injusta. Atenciosamente."

Envie sua Migalha