Justiça autoriza casal gay a adotar criança no Brasil

4/12/2006
Celso Pereira da Silva

"Acho que muitos quando vêm falar em adoção de criança por parte de homossexuais imediatamente imaginam que eles transmitirão para o adotado uma vida 'desregrada' e com incentivo ao homossexualismo. Digo isso porque isso já me rondou os pensamentos até que meu filho 'saiu do armário' e conheci amigos dele, amigos homossexuais e heterossexuais. Aprendi que homossexuais não diferem de nós heterossexuais quanto ao caráter ou moralidade, nós que os enxergamos apenas através da visão caricata dos travestis. Meu filho, que mais velho foi um 'pai' para suas duas irmãs mais novas, certamente terá muito mais condições de adotar uma criança que muitos outros homens heterossexuais. Não me surpreendo com a posição expressada por Maria Gilka Bastos da Cunha (Migalhas dos leitores – "Justiça autoriza casal gay a adotar criança no Brasil" – clique aqui) porque a mãe de meu filho teve uma reação de tamanho inconformismo quando soube que ele era homossexual que passei a desconfiar que somos machistas e preconceituosos porque as mulheres nos fazem assim. Como a autorização para adoção por parte de homossexuais está apenas iniciando-se o tempo dirá, mas acredito que essas adoções até poderão ter malogro, como há em adoções a casais heterossexuais. Mas é bom meditar que existem inúmeros homens e mulheres casados que são homossexuais e nem por isso 'desregram' seus filhos. Ainda não vi falar de um pai homossexual que estuprasse filha ou filho, mas heterossexual (ou pelo menos assumidamente heterossexual) temos conhecimento amiúde, como também amiúde temos conhecimento de mãe heterossexual compactuando com estupro de filhas por parte de seus maridos ou companheiros. Quantas mães de 'família' incentivam suas filhas a prostituição? E quantas prostitutas fazem de tudo para que suas filhas não sejam prostitutas."

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