Caos nos aeroportos

8/12/2006
Dino Roberto Brasizza - Volkswagen Caminhões & Ônibus

"Prezado senhor Editor, Apesar de não ser advogado, sinto-me honrado em receber este diário pela minha caixa postal, pois, mesmo sendo leigo em Leis, procuro me manter em dia com a Legislação brasileira, às vezes tropeçando no emaranhado de Leis, Artigos, Parágrafos, termos em latim e outras situações que nos levam, nós que somos meros leigos, ao não entendimento de muitas situações. Observo ainda que este diário traz uma importante contribuição à manutenção de nossa língua pátria, na maneira mais pura, observando sabiamente as concordâncias que exigem o texto escrito e a transmissão de idéias de juristas da mais alta casta e sabedoria. Porém, creio que foi infeliz o autor do parágrafo abaixo, rebaixando uma classe de trabalhadores, sejam civis ou militares, deixando V.Sa. de perceber que, assim como generalizou os trabalhadores, que cumprem jornadas de trabalho extensas, sem o devido acompanhamento psicológico, e ganhando um salário muito abaixo da responsabilidade que tem sobre dezenas de milhares de vidas que anualmente  viajam a lazer ou a serviços nos céus brasileiros, podemos fazer o mesmo com esta digna classe de advogados, que tem entre suas fileiras, homens que apenas pensam em si, trabalhando para o tráfico, ganhando um dinheiro sujo de sangue, de lágrimas de mães e de almas que para sempre se perderam devido às drogas e falta de oportunidades. Causa-me uma repulsa, uma verdadeira ânsia em meu estômago o uso das palavras milicos armados, em um editorial de um diário desta magnitude e abrangência, uma vez que existem  filhos, pais e mães que abraçaram o sacerdócio da vida militar, abandonando suas famílias em prol de pessoas que nunca antes tiveram contato (vide por exemplo a missão de paz na ONU, na qual nossos bravos homens, mesmo sem o reconhecimento de seus irmãos brasileiros, travam uma verdadeira batalha pela paz e pela ordem neste distante país) ou mesmo na guarda de fronteiras distantes da civilização ou ainda, cuidando de populações que não têm outro tipo de apoio. O temos ‘Milicos armados’ é pejorativo, e muito a contra gosto o que poderia eu falar então a respeito dos representantes do Judiciário que usam suas canetas, muitas vezes douradas, de marca cujo o preço é muitas vezes superior ao salário de uma massa de trabalhadores que cumprem jornadas absurdas, em meios muitas vezes impróprios, em causa própria, aumentando seus vencimentos, mesmo sabendo que seus vencimentos atuais representam mais de 50 vezes o salário mínimo deste país. Se existe caos neste país, é de responsabilidade de todos nós, civis e militares, pois o sufrágio universal é de nossa responsabilidade. Exprimir idéias de maneira jocosa, usando termos populares em tal artigo é rebaixar a capacidade de discernimento de toda a população deste país. Eu não sou CURTO E GROSSO, sou prolixo e educado, transmito minhas idéias sem ofender ninguém. Se este digníssimo escritor atentasse às letras que saem de suas canetas, provavelmente não exporia suas idéias rebaixando os demais trabalhadores, porém as colocaria à serviço da procura de uma solução.

'(Migalhas 1.552 – 7/12/06)

 

Editorial

 

Curto e grosso. É alarmante a situação na aviação brasileira. Menos de uma centena de controladores de vôo, pessoas que pelo visto não possuem escrúpulo algum, param o país, atrapalham a vida de famílias, de empresas, de trabalhadores, em busca de uma recompensa pessoal. Por serem integrantes da estrutura militar, o caso traz ainda reflexos nefastos. Se uns gatos pingados de Brasília são os responsáveis pelos danos, o que não fariam centenas de milhares de milicos armados ? Ou a situação tem termo imediatamente, ou está aberta a porta da anarquia institucional. A propósito de anarquia, a ANAC - seu presidente e sua diretora - é o modelo do que não se deve fazer. Não é possível que o caos continue como está.'

Abraços a todos..."

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