Dinheiro na cueca

19/10/2020
Antonio B. Camargo

"Apesar de alguns senadores se sentirem ofendidos porque a carapuça lhes atingiu, a decisão do ministro Roberto Barroso, apesar da injusta revolta deles, certíssimo está o I. ministro na sua atitude, pois ao juiz também cabe o poder de polícia; as vaidades e as sedas têm de ceder passo diante da grandeza, da magnitude do crime praticado pelo senador e o despudor de sua atitude, ao atirar não só o dinheiro, mas a própria honra para a cueca. O dinheiro deverá ser devolvido à Saúde. A honra, esta deverá ficar lá, perdida, onde o I. senador a destinou. A rapina e a rapinagem desviando verba da Saúde, é crime dos mais ignominiosos, pois arriba às raias do 'latrocínio' pelo assalto e morte anunciada aos pobres, à míngua de verbas públicas, desviadas a meio caminho. O fato bem lembra e se casa aos dizeres do profeta Ezequiel: 'Os chefes (entenda-se: senadores, deputados e toda a cadeia de servidores corruptos), são como lobos que despedaçam a presa, derramando sangue e destruindo vidas, semeando lágrimas e plantando dor nos lares, pelo único objetivo: o lucro criminoso'. (Ezequiel, XXII, 27-28). Perguntamos, conhecendo o ministro como se conhece, dormiria ele tranquilamente, não tivesse tomado as medidas de polícia que lhe cabe por ofício, e a justiça obriga?! A atitude, suaviter et firmiter, de alguns homens públicos, começa a devolver esperanças em um Brasil melhor."

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