Bolsonaro

18/10/2021
Antonio B. Camargo

"Vem, aqui, de boa lembrança, o que já se disse, que você pode enganar todas as pessoas por algum tempo; pode enganar algumas pessoas pela vida inteira; mas não há como enganar todos por toda a vida. O verdadeiro ser, aquilo que alguém realmente é na sua essência, despido, cru e nu, só se revela na intimidade. Dizem os italianos que, para se conhecer alguém há necessidade de comer um quilo de sal juntos. Pois, pelo andar da carruagem, já angariamos o tempo suficiente para conhecer o presidente. Enganou-nos, aos bem intencionados com o propósito de um Brasil menos corrupto, por algum tempo. Mas, infelizmente, não durou muito, e a farsa se desfez como açúcar na água. Abraçou-se à corrupção, agora abraça-se à doidivana ideia de transformar o Supremo, numa colcha de retalhos, com coloridos evangélicos, 'terrivelmente evangélicos'. Dá largas à imaginação ao supor que lá, no Supremo, lhe haverá a boa querência dos ventos favoráveis, a enfunar as velas de suas idiotices, quais forem! Ledo engano. O Senado, desconfiado, pôs um gatilho 'stop' a André Mendonça. Finalmente, o Senado entendeu seu verdadeiro papel a que foi vocacionado, não permitir a confusão ou fusão de 'Altar e Pátria'. Que os 'terrivelmente evangélicos' não saiam de seus templos. A pátria é de todos, assim como de todos a liberdade de pender para onde sua consciência convocar. Verdade é que na cátedra do Supremo só terão assento os gabaritados pelo alto saber jurídico e varões de conduta irrepreensível! Altar e pátria nem se confundem, nem se encontram; são linhas paralelas por onde desfilamos os atores da vida!"

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