Caso Renascer

9/2/2007
A. Cerviño - SP

"Vou botar minha colher de plástico nesse caldeirão fervente. A julgar por algumas opiniões trazidas em Migalhas, a verdade depende do veículo que a divulga. Para algumas pessoas, se a revista Veja afirmou algo é porque isso não é verdade. Não li e não acreditei, pode-se dizer. Se houver a dúvida (talvez não seja verdade), como fazer para tirar a dúvida? Como quer que seja, para esses, Veja não merece fé. De outra banda, uma afirmação feita por um sacerdote ou uma bispa ou um apóstolo ou um ministro religioso merece fé. Logo, tudo o que um ou outro desses diz é verdade, sem necessidade de demonstrações probatórias. Pro veritate habetur, presumptio juris et de jure, diriam os juristas. Quanto ao Deus dos budistas, há a considerar que para os ocidentais é terrivelmente difícil compreender a cultura oriental. E religião é, antes e acima de tudo, um fato manifestação cultural. O que sabemos é que um Deus antropomorfo (Deus 'criou', Deus 'disse', Deus 'julgará') é algo que não passa pela cabeça de um budista. Quando, ao fim de uma palestra, um monge budista foi instado a falar de Deus, ele, como é comum com os budistas, respondeu contando uma historinha: 'imagine que uma formiga queira explicar a outra formiga qual a diferença entre um homem e uma mulher. Como ela faria para ser entendida?' E mais não disse nem lhe foi perguntado. Quando alguém pergunta a um autêntico budista 'que é a verdade?', ele responde: 'ouça o que diz o seu coração'. E certamente ele não dirá o que diz a ele o coração dele."

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