Artigo - Os alimentos nas separações e divórcios extrajudiciais

27/3/2007
Cleanto Farina Weidlich – migalheiro, Carazinho/RS

"Prisão civil por não pagamento de dívida alimentar: Ao ler o lúcido comentário do Dr. Eldo Dias de Meira, sobre o tema em epígrafe, lembrei - e como isso é forte - da carta de Lobato, datada na cadeia em 6 de maio de 1941:...

Paulo

O mal da justiça humana está na falta duma lei que vou fazer quando for ditador: todos os juízes, depois de nomeados e antes de entrar no exercício do cargo, têm que gramar dois anos de cadeia, um de penitenciária e um mês de 'cela', a pão e água, e nu em pêlo. Só depois, então, assumiriam a vara - e as varas iam ficar macias como veludo. Não há nada mais absurdo do que o poder dado a um homem de condenar outros a uma coisa que ele não conhece: privação da liberdade. O pulo que o Nélson deu foi a coisa mais eloqüente que vi em toda a minha vida. Ora, por que não provocar mais pulos desses, aqui neste campo de concentração, ou Forno de Incineração de almas humanas criado pela infinita estupidez dos legisladores? E nenhum pulo seria maior que o dum colega nosso, o Dr. Mário Barbosa, meu companheiro aqui de 'Sala Livre' - pitoresco nome dado ao chiqueirinho em que moramos. Vamos, Paulo, promova esse pulo, e eu depois contarei a você de quantos metros foi. Não esqueça que é com os pulos proporcionados aos presos que os juízes alcançam o céu.

Do velho camarada, Monteiro Lobato. ... Com cujas ideologias, consertam as conclusões de Costa de Beuaregard, respondendo à Michel Random, sobre o futuro das ciências e seus valores éticos, ... ao soar: 'A ciência certamente pode servir para muitas coisas se não abusarmos dela. Não podemos fazer o que quisermos com a ciência: fabricar bombas atômicas não é um bom uso da física nuclear. É muito bom ter conhecimentos e conhecimentos bem amplos, mas isso não dispensa a necessidade de usá-los de maneira ética. Dito isso, o futuro será o que fizermos dele. Se os homens se tornarem loucos e começarem a fazer guerras de maneira insensata, a assassinar, a agir com violência e cometer mil outras coisas insensatas, há o risco de acabar mal. Mas se quisermos nos esforçar para sermos razoáveis e ético, se pensarmos no que fazemos e pensarmos em fazer o bem em vez do mal, as coisas devem se dirigir para o lado bom. Eis que o penso. Reindagando, Michel Random: Em outras palavras: ciência de todos os perigos, mas um pouco de consciência para nos salvar! Resposta final: Costa de Beauregard: Sim, muita consciência! (O Pensamento Transdisciplinar e o Real - Michel Random - ED. Triom)'."

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