Migalheiros

27/3/2007
Cleanto Farina Weidlich – migalheiro, Carazinho/RS

"Eu tinha um vizinho, que a cada três palavras que pronunciava, uma era 'paradoxo'. Está aí, achei o encaixe, pensava, um dia quando eu crescer também quero falar difícil. Os companheiros em Migalhas que me aturem, pois, agora com essas oportunidades de exercício de confissões virtuais, estou curtindo nessa quadra da existência, o 'grande paradoxo que é a vida'. Com os olhos e o pensamento voltados, para o 'nome das coisas', visualizo em minha memória, o que diz Luiz Carlos Lisboa, em sua crônica 'O que é Sem Nome', ao fecho: ... Acreditamos que somos meros acumuladores, alimentados com as pequenas coisas que aconteceram e acontecem ao longo da História. Não nos acreditamos capazes de criar. Esse ceticismo a respeito das possibilidades humanas é reforçado pelo ensino moderno, que reporta o homem ao especialista, à obra erudita, à informação vinda do alto, à orientação 'fechada'. Isso acontece nos países onde a liberdade é um fato. O que pensar daquelas nações onde ela é um pretexto para controlar, aumentar a produção ou modelar o homem segundo um ideal qualquer? 'Num mundo de fugitivos' dizia T. S. Elliot – 'aqueles que tomam uma direção diferente dão a impressão de estar debandando'. Quem se volta atento para o uso que faz das palavras, bem como para o uso que se faz, em geral, delas, está tomando uma direção na vida, o que é extremamente raro, além de estar dando uma prova de coragem. Não se trata de avaliar intelectualmente o peso dos vocábulos e das expressões, nem sua graça ou oportunidade. Estar atento, no caso, é apenas perceber o que fazemos quando chamamos as coisas pelo nome, e o que acontece quando denominamos um objeto, uma pessoa ou um sentimento. Vigiar, finalmente, é tomar a direção diferente que leva a si mesmo e a todos os espelhos desse centro que observa o mundo. E ali descobrir que o mais importante ainda está inominado. (O Nome das Coisas, Luiz Carlos Lisboa, 1.980, Ed. Summus Editorial).

 

O que então está por trás do,

Alcool,

etanol,

penico,

ou urinól.

 

É o que devemos, verdadeiramente investigar!

 

Traçado o paradoxo,

descobri em pesquisa de campo,

com o auxílio das sempre perspicazes e bem-humoradas charlas com o Mano Meira, ... que tudo isso, ... (risos) ... tem o mesmo significado, ... do cardápio que o oferece o nosso decano afeitador de pelos faciais, o querido amigo Jorge:

 

Vai com,

arco,

tarco,

e,

água verva?

 

Cordiais saudações!"

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