Fidelidade partidária

2/4/2007
Gustavo Mauricio Sicca de Camilo

"O eleitor tem duas opções, ou votar apenas na legenda deixando de escolher candidato, ou votar no candidato, computando-se também um voto para o partido a que ele está filiado (Migalhas 1.624 – 29/3/07 – "Princípios", José Ricardo Biazzo Simon e Renata Fiori Puccetti Klotz – clique aqui). Acho que ninguém ousaria negar que a maioria do eleitorado prioriza a escolha do candidato à do partido, e acaba votando 'sem querer' na legenda. Em vez de atribuir ao partido o voto que é geralmente endereçado ao candidato, seria mais justo desvincular o voto no candidato do voto na legenda, deixando este de ser uma conseqüência muitas vezes indesejada e sempre inevitável daquele, notadamente nos casos de 'puxadores' que acabam beneficiando e muito partidos em que o eleitor jamais teve a intenção de votar. O ideal seria que esse voto fosse exercido em duas etapas: primeiro, vota-se na legenda, depois vota-se no candidato independentemente da legenda escolhida. Assim, atribuir-se-ia ao candidato o voto que é do candidato e, ao partido, o que é do partido, este se prestaria a determinar o número de cadeiras de cada partido na casa e, aquele, para determinar quem as ocuparia, sem qualquer distorção da manifestação de vontade do eleitor. Não se pretende discutir o acerto ou o desacerto da resposta do TSE à consulta 1.398, mas, para com o eleitor que vota no candidato, não é justo dizer que o voto é mais do partido do que do candidato, que, em bom português, é o que se tem dito."

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