Carta a um Magistrado 2/5/2007 Francimar Torres Maia "Carta aberta a um Magistrado Sebastião Teixeira Corrêa Meritíssimo Juiz Peço vênia neste instante, Porque reputo importante fazer a observação; Eu não tenho a pretensão de contestar a justiça, E, tampouco, é insubmissa a postura que detenho. Quero dizer-lhe a que venho, Baseado numa premissa: - A lei existe pra todos - É um princípio de Direito. A essência desse conceito é a Carta que determina; E, se a ninguém descrimina, pressupõe-se a igualdade Impondo pra sociedade difusas obrigações: - Normas, valores, padrões e noções de liberdade. É aí que me refiro, Como um gaúcho liberto, Que campeia o rumo certo nas normas do proceder; Quanto mais procuro crer nos homens de idéia pura, Mais eu enxergo a figura e imagem do traidor Que trapaceou o Criador e esqueceu que é criatura. Não que eu veja só maldade, Também não generalizo. Nem me cabe fazer juízo dos erros da humanidade; Mas, me inquieta, na verdade, as diferenças que existem: Alguns que a luta persistem, sem nunca terem regalo, Servem de burro e cavalo, que à dura lida resistem. Outros, que têm privilégio, Herdados pela influência, E, jamais por competência, que não é pré-requisito; Porque o sistema, esquisito, consegue dar garantia Aqueles que 'mais valia' lhes foi sempre generosa, E a sorte se pôs viçosa pra tantos 'sem serventia'. Se fala em função social Do trabalho e propriedade, Querendo que a sociedade se considere mais justa; Mas, quem tem visão, se assusta das regras que são impostas: (- Tem quem gosta, se não gosta! - Tem quem queira, se não queiras!), E o povo forma fileiras, e o poder... vira-lhe as costas... A estória dos Três Poderes: - Harmonia e independência - O que existe é conivência entre a classe dominante, Onde a barganha é constante e, todos se garantindo, ( Enquanto o povo dormindo no esplendor da boa fé ). Esta terra de Sepé vai aos poucos se esvaindo. Data Vênia, Meritíssimo! Hoje busco explicação. A nossa Constituição traz por lema a garantia De escola e de moradia, de saúde e segurança; Prioridade à criança, atendimento ao idoso. Será que é muito custoso alguma luz de esperança? Abaixo os oligopólios E a formação de cartéis, Imbróglios e 'menestréis', e o vil corporativismo. Avante a honra, o civismo, cidadania e respeito! Pois se não há outro jeito, que se organize um levante! Que o próprio povo garante de corrigir o defeito. Que o seu poder, Meritíssimo, Desperte da letargia. Se imponha, com fidalguia, na interpretação das Leis; Não pra amparar suas greis, nem garantindo salários, Mas, punindo os salafrários, e promovendo a equidade, Pra livrar a sociedade da gana dos mercenários. Esta Pátria campechana, Conquistada à espada e lança, Nasceu pra ter pujança, ser esteio e referência; Foi chamada de querência por puro patriotismo! Com a alma e com telurismo, não se limita em fronteiras, E se irmana nas bandeiras com brasões de gauchismo. Por fim, então peticiono, A alta Magistratura, Que, ao se lavrar a escritura do pampeano chão sagrado, Não haja um deserdado, na vastidão, que é imensa! Independente de crença, de posição e de cor, - Que use a pena do amor, para assinar a sentença!" Envie sua Migalha