Diogo Mainardi - juiz federal Ricardo César Mandarino Barreto julga improcedente ação movida pelo MPF/SE contra o jornalista

5/7/2007
Alexandre de Macedo Marques

"Parabéns ao juiz que absolveu o Diogo Mainardi dos pruridos regionais tacanhos de representantes do MPF de Sergipe (Migalhas 1.688 – 4/7/07 – "Diogo Mainardi" – clique aqui). A lamentar a demonstração, pelo meritíssimo, via exemplos pessoais catalogados e evocados, de um estado de sensibilidade pessoal a fatos parecidos. Felizmente a formação jurídica e uma louvável e admirável ética jurisdicional falaram mais alto na sua decisão. Lamentável que o tosco e tacanho viés do execrável e desonesto 'politicamente correto' tenho dado vezo a que certos indivíduos - a que não serão estranhas certas peculiaridades psicológicas, algo doentias - se achem ofendidos por tudo e por nada. E é moda que qualquer minoria exacerbe nas suas queixas de 'vítima de preconceito'. Criou-se neste pais um embasamento para ações desse tipo tão ridículo quanto a 'crueldade mental', tão evocada nos processos hollywoodianos, décadas atrás. Tudo era passível de ser reconhecido como 'crueldade mental'; hoje, grupelhos em tudo vêem manifestação de preconceito. Desconhece-se, por crassa ignorância e má-fé, a dinâmica da interação entre os diferentes grupos sociais. Certamente haverá em Sergipe dezenas de cidades que falarão horrores de cidades vizinhas. Historietas, causos, pelejas, apelidos servem para estabelecer um sentido de superioridade ou vantagem em comparação com os habitantes da cidade vizinha. Dentro da mesma cidade a disputa entre bairros enseja - e daí o adjetivo- a circulação de 'bairrismos' cuja finalidade é estabelecer uma pretensa inferioridade 'dos outros'. A sociologia das torcidas de futebol, dos adeptos das escolas de samba, dos grupos de bumba meu boi, dos times de bocha, etc., etc., demonstra a mesma dinâmica. Sem que isso tenha qualquer realidade malsã ou perigosa para a vida social. Ampliando-se, a coisa aparece entre Estados, países, continentes. O Brasil devia ser levado ao Tribunal de Haia pelos nossos irmãos portugueses. Se não é preconceito o que o infeliz e subdesenvolvido 'Humor' pátrio faz com as infames 'piadas de português', o que será? Desviar a atenção da burrice pátria? Quem freqüentou o nordeste, como eu, sabe das bizarrias bairristas de certos Estados nordestinos frente a outros. O maior volume de piadas envolvendo gaúchos, ouvi-o no nordeste. Um dia, numa reunião numa capital nordestina, troquei o Estado nordestino origem de um dos participantes. Fui imediatamente corrigido em termos que não deixavam dúvidas quanto baixo conceito que tinha do Estado citado, aliás vizinho. Voltando aos grupelhos do 'politicamente correto' e exploradores do 'preconceito' não cito nem identifico os useiros e vezeiros em tais 'ações' para não correr o risco de que algum membro do MP ou ONG ouriçada decida processar-me. Lembro apenas que numa pendenga migalheira com um 'nacionalista' nordestino o cavalheiro teve, como última razão, o acusar-me de demonstrar sentimentos 'anti-nordestinos'.  Sem que eu tivesse, em qualquer momento, dado motivos para tal disparate. A síndrome do 'vítima de preconceito', como do antigo 'crueldade mental', serve hoje para estabelecer uma mordaça idiota. Ainda mais que é crime hediondo."

Envie sua Migalha