Governo Lula

17/7/2007
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Bolsa Família tem problemas em 90% de cidades fiscalizadas no país. Essa é uma das notícias, dadas com destaque, pela Folha de São Paulo de hoje. Certo ou errado ? Errado. A Bolsa Família não tem problemas. Ela cria problemas. Quem tem problemas com a Bolsa Família somos todos nós, a começar com o fato de ser esse programa paternalista, da pior espécie, uma forma de curralizar milhões de eleitores comprados, garantindo-se a perpetuação de certo partido no poder e os altos índices de popularidade do governo central em todas as pesquisas, não obstante todos os índices de corrupção apontados por organismos internacionais, colocando o Brasil entre os países mais corruptos do mundo. Por isso o presidente não entendeu ? e não gostou ? da vaia que levou de 80.000 espectadores na abertura dos jogos do Pan, no Rio de Janeiro. É que lá estavam os que pagaram os ingressos, e não os que recebem Bolsa Família. E os que pagaram bem sabem quanto lhes custa ganhar o pão de cada dia no país que tem a maior carga tributária do mundo, um verdadeiro recorde. Mas, voltando ao assunto da Bolsa Família, uma auditoria feita pela CGU (Controladora Geral da União) em cidades do país, escolhidas aleatoriamente, por sorteio, mostrou que em 90% dos municípios investigados há irregularidades na aplicação de recursos daquele programa, sendo a irregularidade mais comum o pagamento a ‘beneficiados’ com renda superior à estipulada pelos critérios do Bolsa Família. Em outras palavras, no papel ? o papel aceita qualquer coisa ? seriam beneficiários do Bolsa Família as famílias com filhos de até 16 anos incompletos e com renda mensal de até R$120,00 por pessoa, sendo que o valor do pagamento dependeria, ainda, da renda e do número de filhos, na média de R$ 72,00 por mês. Mas, como o programa, de fato, não é o que está no papel, mas a paternalista distribuição de dinheiro para a camada mais pobre da população, sem qualquer fiscalização ou critério, o governo vai dando dinheiro a cada vez mais gente, tudo como presente do presidente, sem qualquer controle, de modo a ampliar, com suas benesses, o número de eleitores cativos, como nos velhos currais eleitorais, antes restritos e, agora, ampliados a todo o território nacional. Algo parecido com os documentários sobre a era Perón, na Argentina, que mostrava Eva Perón, de casaco de peles, carregada de jóias, jogando dinheiro vivo, às escancaras, pela janela do trem que partia, para a multidão de 'descamisados' que, em êxtase, recolhiam a esmola e mantinham o general seu marido no poder. Nem em política o Brasil inova. Talvez aqui, como acontece hoje com o túmulo de Evita na Argentina, nosso presidente, após seu passamento ? porque tudo, um dia, passa ? também se transforme em santo, e romarias de 'despossuídos' passem a visitá-lo para, ao invés de vaiá-lo, aguardarem por novos milagres."

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