Lei da Homofobia

"Migalheiro Vecchiatti, veja a que coisas sou obrigado, para que você veja, afinal, de sua sem razão: até assistir o programa da Luciana Gimenez! É que, neste final de semana, ela anunciou a entrevista com um ex-gay, coisa que você já afirmou, peremptoriamente, não existir. Então, fiquei para ver. E lá estava um pastor evangélico que desde criança sentiu uma inclinação (opção ou orientação ?) homossexual e, durante anos viveu diversos relacionamentos homossexuais, entendendo-se como tal viver sexualmente com diversos homens e, até vestindo-se como mulher. Isso, sem dúvida, penso eu, é ser homossexual. A uma certa altura, procurou uma igreja e diz ter sido 'libertado', passando a ser heterossexual. Casou-se, tem duas filhas e vive uma vida heterossexualmente feliz e completa. É ele quem afirma. Não eu. No programa, estava o maquiador da Luciana Gimenez, homossexual assumido, que duvidou do fato, afirmando, como você o faz, que ex-gay não existe, simplesmente dizendo que 'a ciência já provou isso'. Perguntado, o maquiador afirmou que não se recordava de sua primeira relação homossexual, e que, por diversas vezes, procurava igrejas, inclusive a Mórmon, de sua família, mas não tinha tido o resultado encontrado pelo pastor, pelo que duvidava do que ele dizia. Achei estranho que ele não se lembrasse da sua primeira experiência homossexual, já que, como todos sabemos, nem do primeiro sutiã alguém se esquece. Mais interessante, ainda, é o fato de ter ele buscado entender sua homossexualidade, até em igrejas, embora sem 'resultado', se bem que afirmasse estar 'satisfeito' com o que chamava de sua 'opção' (e não orientação). Mas, o mais interessante é o fato de ele, assim como você (ou devo dizer vocês ?) diante de um homossexual 'convertido', e que agora é heterossexual, casado e com filhas, e que prega contra o homossexualismo, afirmasse, contra todas as evidências, que ex-gay não existe, ou seja, à vista de um ex-gay, que ele não existe! Confesso que quando, pela primeira vez, ouvi falar de um animal mamífero, que punha ovos, cujo leite escorria pelos pêlos, e que tinha uma espécie de bico de pato, também duvidei. Mas, depois que vi as fotos, tive que aceitar que ele existia de fato. O ornitorrinco existe, assim como o ex-gay, por mais chato que isso lhe pareça, por pior que seja para sua teoria da orientação. E o ex-gay estava lá, no programa Super Pop, com sua esposa, a provar que deixou, após anos, sua opção, para abraçar, de novo, a outra, a natural, condizente com a de seu gênero."