Pesquisas

5/12/2007
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Mais uma preocupação para os politicamente corretos, principalmente para os que prezam o meio ambiente: quem é casado deve preservar o casamento. Nada de divórcio. Divórcio faz mal ao meio ambiente, é o que revela um estudo de Jianguo Liu, da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, preocupado com o crescente número de divórcios, não só nos países ricos, mas também nos pobres e nos em desenvolvimento, inclusive naqueles em que a religião é fortemente contra as separações no casamento. A lógica é simples, pois quando as pessoas se separam, as famílias se dividem e os números de residências aumentam, levando não só a uma maior ocupação de espaço, mais a um consumo maior de energia e de água. O pesquisador calculou os custos ambientais das separações. Segundo ele, só em 2005, 38 milhões de quartos extras foram construídos para abrigar divorciados, elevando os custos com iluminação e aquecimento nos EUA em 73 bilhões de quilowatts/hora de eletricidade e 2,3 milhões de litros de água a mais do que teriam sido gastos se os casais não tivessem se separado. Outra descoberta: quando os casais faziam as pazes, e voltavam a morar juntos, os gastos ambientais voltavam aos níveis das famílias que não tinham se separado. O estudo, é claro, comportaria  mais análises como, por exemplo, o caso do divorciado que passa a morar com os pais, ou retoma uma nova família com uma divorciada, em benefício do meio ambiente, coisa que passou desapercebida pelo cientista. Assim como o do divorciado que se casa sucessivamente, constituindo várias famílias, caso não raro, que deveria ser levado a tribunais internacionais, se contemplado pelo protocolo de Kyoto, é claro. Pior de tudo, será o casal que se divorcia e decide criar um rebanho bovino, que com sua flatulência, agredirá, mais ainda, o meio ambiente, em cumplicidade aos divorciados infratores. Na ilha de Java, tudo é feito para proteger o meio ambiente. Na região de Sragen, os noivos devem financiar o plantio de cinco árvores se quiserem se casar. Ou fornecem as mudas, ou devem pagar cerca de 25 mil rúpias indonésias (R$ 5). E, para o divórcio, a taxa é mais alta: 25 mudas ou 40 mil rúpias que, segundo as autoridades locais, servirão para combater o aquecimento global. Como de 2004 para 2005, o número de divórcios no Brasil aumentou 15,5%, segundo o IBGE, o planeta está em risco, talvez mais do que com o desmatamento da Amazônia. Nisso não pensou o deputado Sérgio Barradas Carneiro que, através do PEC 33/07, que altera a redação do parágrafo 6º do artigo 226 da Constituição, pretende facilitar o divórcio. Considerando que, ainda segundo o IBGE, são cerca de 251 mil separações por ano, um aumento nas separações e divórcios vai prejudicar, ainda mais, o meio ambiente. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deve, com urgência, incluir em sua agenda a questão das separações no Brasil, país em que os casamentos, em média, não duram mais do que onze anos e meio, tudo segundo dados do IBGE. Frases como: 'Fulano se separou e, agora, tem uma união quente', devem ser riscadas do vocabulário. Como antigamente, divorciados e divorciadas devem, como os fumantes, passar a ser execrados, em nome da salvação do planeta. Novas campanhas do Greenpeace devem dar ênfase às uniões duráveis e todas as Leis que permitem o divórcio devem ser prontamente abolidas. União estável deve passar a ser reconhecida após um primeiro convite para jantar, com efeitos civis e comunhão total de bens. Uniões homoafetivas devem ser reconhecidas sem ressalvas, já que sem a produção de filhos o gasto energético é substancialmente inferior. Há coisas que se pode fazer e outras que são mais difíceis, como controlar o desmatamento e as queimadas na Amazônia. E outras providências que podem ser tomadas desde já, para evitar, ou ao menos reduzir o aquecimento global. Meio ambiente é coisa séria, e os estudos estão aí exatamente para nos ajudar a resolver esses assuntos que afligem a humanidade."

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