Violência

21/1/2008
Pedro Luís de Campos Vergueiro – advogado e procurador do Estado de São Paulo aposentado

"Alhures, então, as soluções encontradas são diferentes. Conforme noticiado pelo Jornal do Brasil (18/1/08), um delinqüente de 16 anos de idade, alemão, praticante habitual de atos de violência e que sem sucesso permaneceu algum tempo num reformatório e num hospital psiquiátrico, foi enviado para a localidade de Sedelnikovo, na Sibéria, onde, a uma temperatura de quase 55 graus centígrados abaixo de zero, por seus próprios meios deverá construir seu abrigo e cortar lenha para aquecer-se. Trata-se de uma experiência educacional, que aqui diríamos ser um forma de ressocialização do delinqüente. Um tanto exagerado, pode ser; mas, é a busca de um caminho para resolver um problema social, sendo certo que o rapaz alemão poderá, até, adaptar-se e permanecer para sempre na fria Sedelnikovo. Eis aí a diferença. Cá, em São Paulo, temos o Champinha que tem o direito de ter um estabelecimento penal praticamente para si, com direito ainda de sofá de couro, televisão e outras regalias. Ah, e também desfrutar do ócio. Ainda que sob a alegação de assim está a bem da tranqüilidade pública, tem razão o Dr. Ari Friedenbach de estar indignadíssimo com essa forma privilegiada do confinamento do Champinha, o cruel matador de sua filha Liana. Privilegiada porque milhares e milhares de pessoas decentes não tem os bens e serviços de que ele desfruta. E, ao cabo, tomar conhecimento de que o Governador deste Estado acha isso uma coisa 'normal'."

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