Salvatore Cacciola

21/1/2008
Isaac Newton Pessoa

"Incrível o uso de um Ministro da Justiça no papel de 'Pombo Correio', de 'Office Boy' de luxo, a custo elevadíssimo para nós, espoliados contribuintes (Migalhas 1.821 – 18/1/08 – "Notícias"). Bastaria encaminhar a papelada à Embaixada brasileira mais próxima, a francesa. Ou Sua Exa. julga que poderá atropelar o direito local numa 'Missão cegonha'? Ele acha que pode levar os juízes do Principado no bico? Ora, os magistrados verão, se não atuarem apenas politicamente para agradar o Brasil-PT, que se o Cacciola tivesse informação privilegiada do BC não se deixaria apanhar sem calças, de quatro, na posição cambial de 'Vendido', no momento da desastrada, abrupta e 'desequilibradora' alta de 40% no USD frente ao real, que teve o efeito inverso de enriquecer quem tinha débitos em moeda estrangeira e estrangeiros que tinham débitos em real, como o Grupo Espanhol adquirente da telefonia paulista, que lucrou mais de um bilhão com a desvalorização, vez que o Governo FHC, por incompetência ou má-fé, vendeu em moeda inconversível (o real) um patrimônio a estrangeiros, possivelmente adquirido em 'us' dólares, pelo menos em parte. Na mesma linha de raciocínio usada contra o Cacciola, esses deveriam ser acionados com vistas à devolução aos cofres públicos do lucro indevido que a desvalorização muito alta do real lhes proporcionou. Cacciola não assaltou o BC e se comprou a moeda à taxa anterior à desvalorização de 40% do real foi porque as autoridades monetárias consentiram no negócio. Minha simpatia é pela Justiça, contra o arbítrio e a politicagem, não pelo cidadão italiano e banqueiro, eu que só fui bancário. Se o Cacciola não obtivesse recursos às taxas anteriores, que lhe permitissem cumprir seus compromissos em moeda estrangeira, haveria grave efeito dominó no sistema financeiro, um estrago bem maior que a diferença de taxa da qual se beneficiou apenas para saldar dívidas, sem real locupletamento, sem aumento de seu patrimônio. Aliás, esse lucro só foi contábil. Na base do problema se acha a desvalorização cavalar do real, represado pela política equivocada do Gustavo Franco na presidência do BC. Se o Cacciola for preso no Brasil, deverá ter a companhia de alguns dos que tomaram decisões desastradas no tempo do Prof. FHC. É minha opinião. Mandemos nosso 'Genro' da sobra Brasil-Mãe Joana para La Paz, onde poderá curtir muito 'mate de coca' para dar aquele vexame de desmaio público nas altitudes andinas, viagem bem mais barata, e deixemos que os canais burocráticos competentes se desincumbam da tarefa de extraditar o Cacciola, sem atropelos ao direito, sem essa de ensejar ao nosso Ministro uma noitada nos cassinos 'monaguescos' à custa do contribuinte que geme sob o peso da carga tributária mais alta desta nossa Galáxia."

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