Artigo - Somos todos incapazes 31/1/2008 Armando Silva do Prado "Como sempre li o texto da dra. Sylvia Romano (Migalhas 1.828 - 29/1/08 - "Direito trabalhista" - clique aqui). E como sempre, coloquei-me contra. Explico. É legítimo defender o patronato, mas soa falso partir dessa posição para mostrar o que 'é melhor para o hipossuficiente'. Aí está a primeira contestação. A justiça trabalhista e a lei trabalhista não são protecionistas, mas de acordo com a Constituição buscam equilibrar a relação entre quem quase tudo pode e o tal do hipossuficiente, aquele que sofre, via de regra, a intimidação e o controle. Portanto, dra. Sylvia, o trabalhador, aquele que é vulnerável na relação desigual de trabalho, ainda carece da justiça do trabalho e das leis protetivas, não porque é um coitado e incapaz, como o seu texto ironicamente faz crer. Precisa, simplesmente, porque a maioria do empresariado ainda age como na época colonial. A senhora não precisa ir para o nordeste ou norte da Terra de Vera Cruz, pode presenciar as relações criminosas aqui mesmo na Paulicéia, ali no Bom Retiro. Não sabe onde ficam esses antros? O MPT pode lhe mostrar. Outro 'tour' educativo é pelas plantações de cana, no interior paulista. Aliás, o MPT que desenvolve trabalho edificante, poderia organizar caminhadas com céticos operadores do direito pelas 'empresas' que têm que pagar as 'benesses' aos folgados dos trabalhadores (sic). Para não prolongar, sugiro que a dra. Sylvia e outros operadores acompanhem um pouco mais de perto o que ocorre com / e nas empresas terceirizadas. Garanto-lhes que a fruição e o trabalho, a produção e o consumo, as atividades espirituais e materiais, continuam, como no século XIX, com indivíduos diferentes." Envie sua Migalha