Circus

31/1/2008
Eldo Dias de Meira

"Preclaro Mestre Adauto Suannes. Fiquei impressionado com a poesia que existe nesse "Mini-Conto" (Circus 73 – 25/1/08 – clique aqui). . O sentido tropológico abre caminhos para a reflexão. Imaginei dois causídicos no fim de uma tarde de verão sentados à sombra fresca de um umbuzeiro. Mas como sairam voando rumo ao Sul, pelo menos um deles eu arrisco opinião de sua identidade. Pra mim era um chimango que iniciou seus estudos universitários na Faculdade de Direito de São Paulo em 1881, tomando contato com as idéias positivistas de Augusto Comte e fazendo parte ativa no Clube Republicano Acadêmico. Em 1884 transferiu-se para a Faculdade de Direito de Recife, e, em 1885 bacharelou-se nessa Faculdade. Então entra aí o conto, já que era chimango, uma ave de rapina, voou cá pro Sul e mais tarde veio a ser presidente do Estado do Rio Grande do Sul, que governou por mais de vinte anos. Seu nome: Antônio Augusto Borges de Medeiros. Em 1923 estourou a revolução dos maragatos e chimangos. Os a favor e os contra o governo de Borges. A propósito, entre 1910 e 1915, surge o Poemeto Campestre satírico, escrito por Ramiro Barcellos, inimigo político de Antônio Augusto Borges de Medeiros, que usando o pseudônimo de Amaro Juvenal, se não me falha a memória, assim começa:

'Nos cerros de Caçapava Foi que viu a luz do dia, Numa tarde meio suja, Logo cantou a coruja Em honra de quem nascia. Veio esmirrado e chochinho Que ao compadre seu padrinho Disse espantada a comadre: Virge do céu, Santo Padre, Isso é gente ou passarinho? .............................................'

O outro, eu não faço idéia de quem seja. Talvez algum migalheiro possa me ajudar. Acho que o meu amigo Cleanto Weidlich que é muito vaqueano nesses causos, pode me socorrer, me fornecendo substratos sobre essa outra ave humana."

Envie sua Migalha