Exército

7/2/2008
Nelson Castelo Branco Eulalio Filho - Banco Central do Brasil

"Não deixemos passar em branco (e com preocupação) a notícia, a seguir, publicada na Folha de S. Paulo de 2/2/08:

'Marinha sacou R$ 150 mil; Exército, só R$ 4

LEILA SUWWAN

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

 

Contas de milhares de reais no luxuoso Sofitel, em Copacabana, ou em badaladas churrascarias do Rio são alguns exemplos do uso que a Marinha faz com seus cartões corporativos, que somaram despesas de mais de R$ 1 milhão em 2007.

Nos gastos dos cartões alocados a oficiais do Estado-Maior da Armada, há registros de compras em lojas de azeites e vinhos, flores, chocolates finos e artesanato em pedras. As informações estão no Portal de Transparência da CGU (Controladoria Geral da União). Nos cartões vinculados ao gabinete do Comandante da Marinha, cerca de R$ 150 mil foram sacados em dinheiro em 2007, quase a metade em dezembro.

Segundo a oficial responsável por R$ 21 mil em gastos do Estado-Maior, o cartão foi usado para pagar a hospedagem de cinco oficiais da Marinha de Portugal no Rio e em Brasília em setembro de 2007, além dos oficiais brasileiros que os receberam. O cartão foi usado no Meliá (Brasília), Sofitel (Rio) e nas churrascarias Mários e Porcão, somando R$ 5.600.

Em outra churrascaria, a Potência Grill de Brasília, foram gastos R$ 1.995,00, em 23 de julho de 2007, mas Ana Paula Rosner, capitã-de-corveta e oficial de comunicação Social do Estado-Maior, disse não se recordar de qual foi o evento. Ela não soube detalhar o que comprou por R$ 2.100 em uma loja de decoração de Brasília, ou qual foi sua despesa numa elétrica por R$ 3.800 -todos gastos de seu cartão em dezembro.

A CGU (Controladoria Geral da União) informou que não é responsável pela fiscalização dos cartões da Marinha, que está ligada ao Ministério da Defesa -que tem seus próprios órgãos de controle. Mas afirmou que as regras do cartão são as mesmas: são para compras emergenciais ou despesas individuais de viagem a trabalho (refeição e hospedagem). A CGU diz que o cartão não deveria ser usado para pagar jantares com convidados oficiais. A Marinha alega que os gastos estão ligados a visitas de dignatários de outros países, dentro do princípio de reciprocidade.

Segundo dados do governo, as outras Forças não tem esse padrão de uso do cartão: a Marinha foi responsável por 98% do total gasto nos cartões de gastos do Ministério da Defesa em 2007. O Exército, por exemplo, teve apenas um saque de R$ 4. A Aeronáutica não teve gastos de cartão em 2007.

Outro funcionário do Estado-Maior da Marinha usou o cartão para compras em lojas de azeites, vinhos e chocolates em agosto e, no final do mês, sacou R$ 2.000 e depois pagou conta de R$ 956,34 na churrascaria Porcão de Brasília.

Outra funcionária do Estado-Maior fez compras na floricultura Riachuelo e na chocolateria Kopenhagen em setembro. Dias depois pagou conta de R$ 7.300 no Sofitel. Seriam gastos com recepção da comitiva, incluindo presentes para as esposas de oficiais. A reportagem encontrou outros exemplos de uso irregular, como os milhares de reais pagos ao Supermercado Nordestão por um funcionário do Depósito Naval de Natal.'

Sinceramente, acho que a oposição está cutucando onça com vara curta."

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