Migalheiros 12/2/2008 Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP "Sr. Diretor de Migalhas. Há décadas, rebelando-me num concurso de poesias em face de alguém que se dizia poeta e é tido como ainda hoje poeta, mas dedicou-se à crítica, não vou dizer o nome, pois já faleceu, escrevi-lhe o que vai abaixo: 'Ao caro crítico 'Ne sutor, ultra crepidam' (Sapateiro, não passe do calçado) Um dia a peito tomaste A tua função de critico: Os poetas fundo estudaste, Com toda fé,todo afinco... Sejam Camões ou Bocage, Álvares e Castro Alves, Abreu,Bilac ou varela Dissecaste a aquarela... Sim,pois não é a poesia Uma pintura serena Ou nervosa ou arredia Da natureza com a pena? Se o pintor faz,com as cores, Matizes da natureza, Só o poeta colore, Com as palavras, a beleza... Caro Crítico,então, Tu fizeste com a razão Tua crítica sadia De toda e qualquer poesia... Mas foi,ó meu Caro, em vão, Que o teu tempo tu perdeste: Não há crítica ou razão, Que a um poeta interesse... Todas horas de um poeta, Ele dedica à poesia E a nenhum momento empresta Ao que o belo não irradia... Ele sabe que poesia Pode ou não ter verso ou rima, Sabe que o verso extasia, Quando o sentimento prima... Ele é quem transforma a treva Num luminar radiante E ele é sempre constante, À beleza que observa... Não há coisa neste mundo, Ou no Universo de Deus, Que o possa ferir profundo Macular os versos seus... Ele adora a natureza, Nos seus mínimos detalhes, Ele sabe que há beleza, Nos versos,nem que o enxovalhes... Se julgares um poeta Criticares a poesia, Dizendo ser ele esteta; Ou poetastro sem valia, Ele não te leva em conta, Pois certamente isto indica Nunca fizeste poesia, Se a fizesse algum dia, Não terias tempo à crítica...'" Régulus Ponte Grande - pseudônimo de Olavo Príncipe Envie sua Migalha