Imbróglio nos planos de saúde

5/7/2004
José Maria Filardo Bassalo, professor da UFPA

"Gostaria de relatar o meu drama (e creio, também, de milhares de brasileiros) de ser portador de um Plano de Saúde Bradesco (PSB). Há mais de 20 anos possuo um desses planos. Pois bem, há cerca de um mês atrás recebi uma correspondência do PSB dizendo que, como o meu plano era anterior ao da Lei número 9.656, de 1998, eu deveria fazer uma migração ou permanecer no mesmo. Para a migração, o PSB oferecia duas alternativas: Padrão Nacional Plus Silver (PNPS) e Padrão Nacional Quarto (PNQ). No primeiro caso, minha mensalidade aumentaria de 75,27 pontos percentuais. No segundo caso, haveria uma redução de 21,56 pontos percentuais. Aliás, esse segundo caso oferece menos vantagens que o SUS, daí a redução do valor da mensalidade. Como achei alto o aumento do PNPS, resolvi permanecer com o meu plano antigo. No final desta semana recebi uma outra correspondência do PSB informando-me que o aumento de minha antiga mensalidade seria de 79,97 pontos percentuais, de acordo com "o julgamento do STF, proferido em agosto de 2003, na ADIN número 1931-8/DF". Em vista da contradição, qual seja, a proposta de migração dava um porcentual de aumento menor do que a permanência de meu antigo plano, com a desvantagem de, permanecendo com o plano antigo, ter menos direitos do que aconteceria se migrasse para PNPS, mandei um e-mail para o PSB. Eles agradeceram a visita que fiz ao site da Bradesco Seguros, mas indicaram um telefone 0800 para maiores esclarecimentos. Depois de fazer duas ligações para dois 0800 diferentes, não entendi a razão da contradição, pois as atendentes, embora solícitas, sempre falavam na mesma linguagem: o seu plano foi reajustado por ordem do STF. Ora, como a migração oferece um aumento menor e com maiores vantagens do que a permanência no plano vigente (com aumento maior), só há duas conclusões a tirar: 1) os portadores de PBS anteriores ao ano de 1998 são burros ; 2) a proposta de migração é enganosa. Atenciosamente,"

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