Justiça Hispânica

"Assim como fizeram com Pinochet, as cortes espanholas de justiça estão ameaçando 'caçar' Fidel Castro, porque este ditador teria sido responsável pelo extermínio, em Cuba, de hispânicos e seus descendentes. Será que estariam pensando em fazer o mesmo com Bush, depois que este terrorista deixar o poder? Bem, talvez respondessem os espanhóis, isso não podemos fazer, porque Bush, nos EUA, não promoveu o extermínio de hispânicos e seus descendentes. Ora, será que na chamada 'guerra' do Iraque não tombou nenhum soldado hispano-americano, a serviço das forças de 'colisão'? Bem, talvez respondessem novamente os espanhóis, isso igualmente não podemos fazer, porque não se trata propriamente de um extermínio e a 'guerra', além de justa, teve o nosso apoio. Então, quem sabe, a justiça hispânica talvez pudesse voltar seus olhos, com alguma comiseração, para o Brasil, começando por 'devolver' para a nossa justiça os responsáveis pela catástrofe do 'Bateau Mouche', que se abrigaram em solo espanhol, onde nasceram e onde estão gozando de liberdade e usufruindo a fortuna que aqui acumularam. Em seguida, a justiça hispânica poderia dar um bom puxão de orelhas na sua multinacional 'Telefonica', a fim de que ela trate com mais respeito seus clientes brasileiros, onde, certamente, se encontram muitos descendentes daquele país ibérico. A justiça hispânica poderia, ainda, se empenhar com vigor e rigor total na investigação e punição das quadrilhas espanholas, que praticam o tráfico de mulheres, principalmente brasileiras, destinadas à exploração de lenocínio naquele mesmo país ibérico, em condições absolutamente desumanas e regime de escravidão. Por fim, a mesma gloriosa justiça hispânica poderia rever, com a maior urgência, os critérios, se assim se pode denominá-los, que tem sido adotados pelas suas autoridades alfandegárias, para obstar o ingresso de turistas e imigrantes brasileiros em solo espanhol, de modo humilhante e constrangedor. 'Entonces, Juanito, por qué te callas?'"